Após disputa interna e a desistência do tucano João Doria na corrida ao Palácio do Planalto, a Executiva Nacional do PSDB oficializou, nesta quinta-feira (9), apoio à senadora Simone Tebet (MDB-MS) como a candidata da chamada terceira via na disputa da eleição presidencial deste ano.

Durante reunião, os votos foram separados por dois grupos: Executiva e bancadas no Congresso Nacional. "Na Executiva, votaram 33 membros, [sendo] 32 favoráveis à coligação com MDB com o nome de Simone Tebet e o PSDB [indicando] o vice ou a vice, 1 voto contrário e 1 abstenção", disse o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo.

Segundo Araújo, toda a bancada tucana no Senado Federal também votou de forma favorável à coligação com o MDB, com exceção de 1 voto contrário, e agora aguarda o resultado da bancada da Câmara dos Deputados.

O acordo costurado aponta que o PSDB indicará o nome a compor a cadeira de vice na chapa com Tebet. "A vaga de vice está construída e acordada com o PSDB e nós vamos oferecer o que tivermos de melhor ao Brasil, com um nome que possa colaborar com essa candidatura", contou Araújo.

Escolhida pelo MDB para ser a pré-candidata ao Planalto, Tebet aguardava uma definição da federação entre PSDB e Cidadania sobre a aliança. Os maiores entraves estavam nos conflitos internos dos tucanos, que avançaram na última quinta-feira (8) após entendimento entre os integrantes da sigla.

Tebet se reuniu com os presidentes do MDB, Baleia Rossi, do Cidadania, Roberto Freire, e do PSDB, Bruno Araújo, no gabinete do senador tucano Tasso Jereissati, em Brasília. A reunião representou ainda um passo importante para fortalecer uma eventual indicação de Jereissati a vice.

Em nota, o PSDB informou que o encaminhamento do nome de Tebet para a apreciação da Executiva era um 'importante momento da história do país'. A senadora, por sua vez, avaliou como "momento histórico a favor da reconstrução do Brasil".

Com o apoio, os tucanos encerram um longo período de discussões sobre a candidatura à Presidência da República, que tem Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) em primeiro e segundo lugares nas pesquisas, respectivamente. O pleito está marcado para 2 de outubro e um eventual segundo turno para o dia 30 do mesmo mês.

O PSDB havia realizado, no ano passado, prévias para escolher quem lançaria ao Executivo, e João Doria (SP) foi o vencedor do pleito interno, com Eduardo Leite (RS) em segundo lugar. O processo contou com troca de acusações entre os dois, e o então governador do Rio Grande do Sul chegou a acusar o paulista de compra de votos.

Já o ex-governador de São Paulo, mesmo vencendo as prévias, teve que enfrentar novos cenários dentro do partido, chamou de "tentativa de golpe" uma decisão do PSDB de lançar um candidato que não fosse ele, mas acabou cedendo à pressão feita por correligionários e anunciou a desistência de sua pré-candidatura.

Em meio a todos esses processos, as três legendas envolvidas fizeram amplas negociações de apoios em diferentes estados e chegaram a um entendimento final para oficializar o apoio a Tebet - a senadora está no pelotão dos candidatos com cerca de 1% das intenções de voto, segundo pesquisas eleitorais.

R7
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