Empossado em 1º de janeiro de 2019, o governo do presidente Jair Bolsonaro já passou por 28 trocas de ministros desde então. A mais recente, oficializada nesta segunda-feira (28), é a saída do ministro da Educação, Milton Ribeiro – a pasta terá seu quinto ministro.

Ribeiro deixou a pasta após a divulgação de um áudio em que afirma, durante reunião com prefeitos, que privilegia o repasse de verbas do ministério a municípios indicados por dois pastores, a pedido do presidente Jair Bolsonaro.

O ministro foi o mais longevo na pasta, chefiando a Educação por 20 meses. Antes dele, Abraham Weintraub havia permanecido no cargo por 14 meses.

Com a decisão, o MEC vai empatar com a Secretaria-Geral da Presidência no posto de "ministérios com maior número de trocas" durante o atual governo. Serão cinco ministros em cada uma dessas pastas. O substituto oficial de Milton Ribeiro ainda não foi anunciado.

O número de alterações deve subir até o início de abril, quando termina o prazo para que os ministros deixem seus cargos para concorrer nas eleições de outubro. Pelo menos nove titulares da formação atual da Esplanada dos Ministérios devem deixar os postos.

Até esta segunda, apenas oito ministros que tomaram posse com Bolsonaro em janeiro de 2019 seguiam nos mesmos cargos:

• Paulo Guedes (Economia);
• Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações);
• Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento);
• Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional);
• Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União);
• Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura);
• Bento Albuquerque (Minas e Energia), e
• Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).

Destes, pelo menos quatro já anunciaram que pretendem disputar as eleições: Marcos Pontes, Tereza Cristina, Tarcísio Freitas e Damares Alves.

Ministérios 'novos'
A Esplanada dos Ministérios também foi modificada, no período, pelo desmembramento de pastas motivado por acomodações políticas. Foram recriados, durante o mandato:

• o Ministério das Comunicações, que fazia parte da pasta de Ciência e Tecnologia;
• e o Ministério de Trabalho e Previdência, a partir do Ministério da Economia.

Na formação original, o presidente Jair Bolsonaro havia anunciado uma redução dos ministérios distribuídos pela Esplanada dos Ministérios.

De 29 pastas no governo do ex-presidente Michel Temer, Bolsonaro enxugou para 22 (contando com o Banco Central, que mais tarde ganharia autonomia).

Dança das cadeiras
A primeira mudança ministerial do governo Bolsonaro ocorreu logo no segundo mês de governo. Gustavo Bebianno, então ocupante da Secretaria-Geral da Presidência, pediu demissão após ser citado em um suposto esquema de candidaturas laranjas no PSL.

Pouco antes da celebração de "100 dias" do governo, o MEC sofreu a primeira troca: Ricardo Vélez Rodriguez deixou o comando da pasta em meio a uma "guerra interna" deflagrada entre militares e seguidores do escritor Olavo de Carvalho.

Confira, na tabela abaixo, quais e quantos ministros já passaram pelos ministérios:

Ministros do governo Jair Bolsonaro

g1
Portal Santo André em Foco