O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse nesta sexta-feira (9) que o Congresso Nacional não admitirá retrocesso em relação ao estado democrático de direito. Ele afirmou que a possibilidade de "frustração das eleições" de 2022, como cogitou o presidente Jair Bolsonaro, é algo com que o Congresso não concorda e repudia.
Nestas quinta (8) e sexta (9), Bolsonaro afirmou que não haverá eleições no ano que vem se não forem "limpas". O presidente quer a impressão do voto eletrônico, com o que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não concorda. Uma proposta de emenda constitucional com essa finalidade, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), aliada de Bolsonaro, tramita atualmente na Câmara dos deputados.
"Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa para quem ganhar no voto auditável e confiável. Dessa forma [da forma atual, sem voto impresso], corremos o risco de não termos eleições ano que vem. É o futuro de vocês que está em jogo", disse Bolsonaro na manhã desta sexta a apoiadores.
Sem se referir nominalmente a Bolsonaro, Pacheco contestou.
"Tudo quanto houver de especulações de retrocesso, como a frustração das eleições, é algo com que o Congresso, além de não concordar, é algo que repudia veementemente", declarou Pacheco, em pronunciamento antes de entrevista coletiva convocada pela própria assessoria do Senado.
Segundo o presidente do Senado e do Congresso, as eleições são "inegociáveis".
"O formato, que é algo que se discute hoje, essa é uma discussão que haverá de se ter com todos os personagens da República. Essa definição não será feita pelo Poder Executivo, não será feita pelo TSE. Será feita por uma PEC que está sendo debatida pela Câmara, e a decisão que houver haverá de ser respeitada por todos os poderes e todas as instituições do Brasil", afirmou.
Pacheco comentou a ofensa de Bolsonaro ao presidente do TSE, ministro Luis Roberto Barroso. O presidente da República chamou Barroso de "imbecil" por não fazer a defesa do voto impresso.
"Não concordo com esse método, tampouco concordo com ataques pessoais a autoridades públicas ou ao qualquer cidadão. Eu considero que a divergência de ideias deve ser discutida no campo das ideias, da tese, e não das pessoas. Portanto, eu me solidarizo com o ministro Luis Roberto Barroso, presidente do TSE, e discordo de qualquer ataque pejorativo que seja feito a ele ou a qualquer brasileiro nesse tom", afirmou o presidente do Congresso.
G1
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