Líderes de partidos de oposição foram à tribuna do Plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (29) para destacar a gravidade da denúncia do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e do seu irmão Luis Ricardo na CPI da Covid do Senado.
O líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que as denúncias são graves. “Milhares e milhares de brasileiros foram condenados à morte por falta de vacina, para que a recusa na compra de outras vacinas permitisse a rapidez e facilidade na compra de outra vacina, uma vacina intermediada por uma empresa suspeita”, disse. Ele afirmou ainda que o presidente poderia até não ser ligado à compra suspeita, mas nada teria feito ao ser avisado das irregularidades.
Molon disse que os novos fatos reforçam o "super" pedido de impeachment que será apresentado nesta quarta-feira por partidos e entidades de oposição. “É hora de unir forças”, disse.
Defesa do governo
O deputado Neucimar Fraga (PSD-ES) saiu em defesa do presidente. Disse que Bolsonaro foi parlamentar “em uma das épocas mais sombrias, quando quase a metade deste Parlamento foi denunciado em esquemas” e “saiu com as penas brancas, não se lameou” durante todo esse período.
“Hoje eu vejo senadores investigados, que respondem a centenas de processos na Justiça brasileira, questionando a idoneidade de Jair Messias Bolsonaro. Eu posso afirmar que ele jamais se envolveria em negociata, principalmente de compra de remédio, de vacinas. Isso eu posso afirmar. Bolsonaro é um homem íntegro e já provou isso”, disse.
Para o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), as falhas na vacinação são de responsabilidade dos governadores. “Há muitos governadores de oposição ao presidente Bolsonaro literalmente fazendo política com essa questão da vacina, política com a pandemia, mas atingindo a população”, afirmou.
Requerimento de informações
O líder do Novo, deputado Vinícius Poit (Novo-SP), disse que o partido apresentou requerimento de informação à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça cobrando informações sobre o contrato de compra da vacina Covaxin. “O presidente da República precisa explicar para a população se ele sabia ou não de possíveis irregularidades em relação à compra da vacina. Se ele sabia e não abriu investigação interna pode ser enquadrado sim no crime de prevaricação”, afirmou.
As denúncias também foram tema de pronunciamentos dos líderes da Minoria, do PT, do PDT e do Psol.
Agência Câmara
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