A CPI da Pandemia aprovou nesta quarta-feira (23) uma série de requerimentos de convocação, entre eles diligência para ouvir em sessão reservada o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel.
Também serão convocados a depor o deputado Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão Luís Ricardo Miranda, chefe da Divisão de Importação do Ministério da Saúde. A CPI quer que os dois esclareçam denúncia de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. Luís Ricardo Miranda afirmou ao Ministério Público que foi pressionado por superiores do ministério para a compra do imunizante.
O vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou que o colegiado pedirá proteção policial aos dois.
"As informações que o deputado está declinando à imprensa e que trará a esta CPI são de extremo interesse público. Sua vida e de sua família precisam estar resguardadas", disse Randolfe no Twitter.
Debate
A nova convocação de Witzel, que depôs na CPI no último dia 16, gerou debate acalorado na reunião. Os senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Ciro Nogueira (PP-PI) questionaram a ausência, no requerimento, do local da sessão secreta. Jorginho Mello (PL-SC) afirmou que o ex-governador, cassado pelo Superior Tribunal de Justiça por acusações de corrupção, não pode determinar onde será ouvido.
Os requerentes, Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Randolfe, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), lembraram o fato grave apontado por Witzel — a existência de uma máfia que controla os hospitais federais do Rio de Janeiro — e as ameaças à vida do ex-governador para justificar a diligência.
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, perguntou que encaminhamento será dado a eventuais acusações de Witzel que não tenham relação com o objeto da comissão.
— Todos sabem que há uma disputa política entre o ex-governador e o grupo político do presidente [Jair Bolsonaro]. Não podemos cair nessas armadilhas.
Aziz esclareceu que fatos conexos podem ser investigados.
— Ele fez uma acusação muito grave: os hospitais federais do Rio têm dono. E não podemos fazer ouvidos de mercador — concluiu, acrescentando que o local do novo depoimento de Witzel será definido oportunamente, podendo ser até mesmo em uma sala do Senado Federal.
Um requerimento de convocação foi destacado e teve sua apreciação adiada, a pedido de Ciro Nogueira: o de Thais Amaral Moura, assessora especial da Secretaria de Assuntos Parlamentares da Presidência da República. No requerimento, Randolfe alega que ela seria "um elo" entre o governo Bolsonaro e a Precisa Medicamentos, empresa intermediária da compra da vacina indiana Covaxin, sob suspeita de superfaturamento.
Foram aprovadas nesta quarta as seguintes convocações:
Agência Senado
Portal Santo André em Foco
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