Novembro 27, 2024

CPI pergunta a Itamaraty e Abin se são a fonte da declaração de Bolsonaro sobre 'guerra química'

A CPI da Covid questionou o Ministério das Relações Exteriores e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A comissão quer saber se os dois órgãos são a fonte de informação da declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre "guerra química".

No último dia 5, Bolsonaro disse em um discurso que "ninguém sabe" a origem do vírus da Covid-19, mencionou o termo "guerra química" e indagou: "Será que não estamos enfrentando uma nova guerra?".

"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra?", declarou Bolsonaro na ocasião.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é "extremamente improvável" que o vírus tenha atingido humanos após incidente em laboratório.

Os ofícios da CPI foram assinados pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), nesta quinta-feira (13) e disponibilizados no sistema do colegiado nesta sexta-feira (14).

Assim como ocorre com todos os pedidos de informação aprovados pela CPI, Itamaraty e Abin terão dez dias úteis para responder.

Questionamentos
Os pedidos de informação aprovados pela CPI têm origem em dois requerimentos do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Além de questionar se Itamaraty e Abin são a fonte da declaração de Bolsonaro sobre "guerra química", o tucano formulou outras duas perguntas:

  • "Em caso afirmativo, novamente ressaltando o caráter sigiloso desse pedido de informação, que informações são essas, quais são as respectivas fontes e como foram obtidas?"
  • "Se a manifestação do presidente da República não estiver fundamentada em informação produzida, como o senhor descreve a situação atual das relações entre o Brasil e a China?"

Os ofícios da CPI são endereçados ao ministro das Relações Exteriores, Carlos França, e ao diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem.

Repercussão
A fala de Bolsonaro foi criticada por integrantes da CPI. Omar Aziz, por exemplo, afirmou que a declaração "piora" a obtenção, pelo Brasil, de insumos contra a doença, uma vez que grande parte da matéria-prima para produção de vacinas vem da China.

Já Tasso Jereissati, em seu requerimento, declarou: "Trata-se de uma afirmação de alta gravidade na medida em que o comandante supremo das Forças Armadas adverte para a possibilidade de estar em curso um conflito não declarado, promovido por nação estrangeira."

G1
Portal Santo André em Foco

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