Em sua terceira inauguração no estado do Alagoas nesta quinta-feira (13), o presidente Jair Bolsonaro recebeu mais um aceno do chefe da Câmara, deputado Arthur Lira (Progressitas-AL), sobre a tramitação do voto auditável. Eles integraram a comitiva que fechou o pacote de ações do governo federal no estado com a inauguração do trecho 4 do Canal do Sertão Alagoano, em São José da Tapera.
A obra captará água do Rio São Francisco para abastecer 113 mil famílias de quatro municípios do estado.
Aos gritos de "voto impresso" durante toda a agenda, Lira, ao lado do chefe do Executivo, relembrou que, no início da madrugada desta quinta, criou a comissão especial que analisará a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do voto impresso, um dos principais compromissos de Bolsonaro com seu eleitorado.
"Dizia em Maceió há pouco que, sobre o voto impresso, foi criada ontem e deve estar sendo instalada hoje a comissão na Câmara dos Deputados para que a gente possa votar no plenário e, aí, mandar para o Senado, em tempo hábil, para que as providências sejam tomadas e a voz da população seja ouvida. Nós queremos votar e ter a certeza de que esse voto é confirmado da maneira como a gente colocou", afirmou.
Na capital alagoana, de manhã, Lira foi ainda mais incisivo, dizendo que "temos que respeitar o sistema eleitoral, mas ele tem que ser auditável", em um claro aceno de que trabalhará pela aprovação da PEC.
Nesta quarta, o presidente voltou a insinuar, porém, sem apresentar provas, problemas com eleições passadas para justificar a adoção do voto impresso a partir do ano que vem.
"Esse novo Parlamento que está aí já é melhor que o anterior, e tenho certeza que nas urnas de 2022, com voto auditável aprovado por vocês, não teremos mais dúvidas na cabeça de qualquer cidadão se o processo foi conduzido com lisura ou não", afirmou. "Se o Parlamento promulgar, teremos voto impresso em 2022. Ninguém passará por cima da decisão do Parlamento brasileiro. Chega de sermos atropelados", completou, em tom exaltado, durante cerimônia no Palácio do Planalto.
Se aprovada, a PEC de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF) tornaria obrigatória a impressão de cédulas de papel após votos depositados na urna eletrônica.
A parlamentar comemorou a decisão da Lira. "Não importa sua coloração política. Todos queremos que nossos votos cheguem aos nossos candidatos. Só um sistema auditável nos garante isso", postou Bia Kicis no Twitter.
A instalação da comissão foi anunciada por Lira, que estava ao lado de deputados da base aliada ao governo Jair Bolsonaro, logo após a aprovação do texto-base do licenciamento ambiental e minutos antes do encerramento de uma sessão arrastada.
A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) foi ao Twitter dizer que a decisão foi tomada "na calada da noite". "Pra quem achava que não dava para terminar o dia pior, o trator do autoritarismo mostrou que é possível, sim", publicou, na rede social.
R7
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