O presidente Jair Bolsonaro participará nesta sexta-feira (26) da cúpula virtual de comemoração dos 30 anos do Mercosul, bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Segundo a agenda de Bolsonaro, os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Paulo Guedes (Economia) também participarão da cúpula.
Araújo é alvo de pressão, por parte de deputados e senadores em razão da condução da política externa do Brasil e da atuação do Itamaraty diante da pandemia.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, afirma que o Itamaraty "precisa funcionar, deixar a ideologia de lado e negociar com todos os países" a compra de vacinas contra a Covid-19.
Ernesto Araújo integra a chamada ala ideológica do governo. O ministro se refere à Covid como "comunavírus" e afirma que a adoção de medidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para conter a pandemia é "apenas o primeiro passo na construção da solidariedade comunista planetária."
Araújo também entrou em atrito com o governo chinês quando decidiu defender o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, que havia culpado a China pela pandemia.
Além das críticas de Arthur Lira, diversos senadores têm cobrado a saída de Ernesto Araújo, e até o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirma que o trabalho do Itamaraty está "aquém do desejado".
O próprio líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), critica o ministro. À colunista do G1 e da GloboNews Andreia Sadi, Barros disse que Ernesto Araújo "não tem ambiente para resolver o problema" da pandemia, que seria buscar vacinas para o Brasil.
30 anos do Mercosul
Segundo o governo argentino, além de Bolsonaro, participarão do encontro os presidentes Alberto Fernández (Argentina); Luis Arce (Bolívia); Luis Lacalle Pou (Uruguai); Miguel Abdo Benítez (Paraguai); e Sebastián Piñera (Chile).
A Argentina exerce atualmente a presidência do Mercosul. A reunião de comemoração dos 30 anos do bloco estava prevista para acontecer de forma presencial, em Buenos Aires.
No entanto, em 13 de março, o país anunciou que o encontro seria virtual em razão da "situação sanitária de vários países da região".
Bolsonaro disse em uma transmissão em rede social, em 4 de março, que iria ao encontro em Buenos Aires e que aproveitaria a oportunidade para ter a primeira conversa pessoal com o presidente argentino para tratar "das questões econômicas dos nossos países".
Bolsonaro apoiou a reeleição de Mauricio Macri, que perdeu para Alberto Fernández, e, após o resultado, disse que a população do país "escolheu mal" na eleição.
Fernández é aliado político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tem como vice-presidente Cristina Kirchner, chamada de "esquerdalha" por Bolsonaro.
G1
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