Setembro 30, 2024

Maia diz 'não ter dúvidas' de que Pazuello cometeu crimes no enfrentamento à pandemia

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (25) não ter dúvidas de que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, cometeu crimes no enfrentamento à pandemia de Covid-19.

Segundo Maia, a "irresponsabilidade" do ministro deveria ser apurada em uma CPI no Congresso, já que os parlamentares não têm a prerrogativa de afastar um ministro de Estado. No sábado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu inquérito sobre a conduta de Pazuello no ministério.

"Eu, por exemplo, tenho defendido a CPI da Saúde. Se nós tivéssemos a prerrogativa do impedimento de um ministro, [mas] não é nossa prerrogativa. Nossa prerrogativa de impedimento é só conectada ao presidente da República. Mas em relação ao ministro, não tenho dúvida nenhuma que já tem crime. Pelo menos o ministro da Saúde já cometeu crime", afirmou.

"Não tenho dúvida nenhuma da irresponsabilidade dele de [recomendar] tratamento precoce, da irresponsabilidade dele de não ter respondido a Pfizer. A irresponsabilidade dele de, como ministro da Saúde, não ter se aliado ao Instituto Butantan para acelerar a produção daquela vacina [Coronavac] e não apenas a vacina da Fiocruz. Tudo isso caracteriza crime e a PGR está investigando", continuou Maia.

O G1 procurou o Ministério da Saúde, mas não havia recebido uma resposta até a última atualização desta reportagem.

Ainda sobre a conduta de Pazuello, Maia afirmou que os erros do governo – "no mínimo, do ministro da Saúde – até o momento já devem afetar o crescimento da economia brasileira em 2021.

"Pela incompetência e irresponsabilidade, no mínimo, do ministro da Saúde, não vamos ter crescimento de 7%, 8%, mas de 3%. Se o ministro da Saúde não respondeu a Pfizer, é crime. Não sei o termo técnico porque não sou advogado, mas para mim é crime", afirmou.

Ministério e Pfizer
O Ministério da Saúde divulgou neste sábado (23) uma nota em que confirma o recebimento, em setembro do ano passado, de uma carta do diretor-executivo global da farmacêutica Pfizer, Albert Bourla, oferecendo a venda de doses da vacina contra a Covid-19 fabricadas pela empresa. O diretor enviou o documento ao presidente Jair Bolsonaro e a alguns ministros.

Na carta, publicada pela CNN Brasil, a Pfizer diz que quer fazer "todos os esforços" para garantir reserva de lotes da vacina ao Brasil mas que, para isso, seria necessário "celeridade" por conta do número limitado de doses.

Na nota divulgada neste sábado, o Ministério da Saúde afirma que os lotes iniciais da farmacêutica, caso fossem cedidos ao Brasil, representariam uma "conquista de marketing" da Pfizer e uma "frustração" aos brasileiros devido ao pequeno número de doses.

G1
Portal Santo André em Foco

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