O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (22) que o governo não tem demonstrado preocupação com o equilíbrio fiscal e o controle com os gastos públicos. Na sua avaliação, o governo está deixando de ser um governo popular para se tornar um governo populista. Segundo Maia, isso se deve à desorganização do Planalto.
"Tudo isso fica mais difícil quando o próprio governo tenta dar sinais trocados para a sociedade. O que é popular é o que cabe no orçamento público, o que é populista é que a gente promete e o estado não tem como pagar", disse.
Reformas
Em relação à reforma administrativa, Maia disse que não acredita que o governo gaste a energia necessária para bancar a proposta no Congresso. Ele também disse esperar que, após a sucessão no comando da Câmara, o governo decida votar a reforma tributária em 2021.
"A reforma tributária está bem avançada, o que tenho medo é se o governo vai continuar numa pauta onde se respeita o gasto publico ou se vai para outro caminho. Hoje eu acho que o governo não vai gastar a energia necessária para colocar de pé a PEC da reforma administrativa. A tributária tem muito consenso, tem muito apoio e espero que o governo possa tirar a emoção que teve comigo em relação a esse tema", criticou.
PEC dos municípios
Maia também criticou a base governista por obstruir a votação da PEC 391/17, que aumenta em 1 ponto percentual os repasses de alguns tributos da União para as cidades, por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A proposta custará cerca de R$ 35 bilhões ao governo. Segundo presidente da Câmara, o texto vai ser pautado ainda hoje, mas vai avaliar com a equipe econômica a situação fiscal do governo.
"Doze meses para pautar virou uma PEC surpresa? Interessante. Qual a posição do governo? Vão liberar a votação? Vão desmoralizar o Paulo Guedes?", ironizou.
Prisão de Crivella
Maia considerou a prisão do Marcelo Crivella abusiva. Segundo o presidente da Câmara, o prefeito tem residência fixa e poderia ser investigado sem ser exposto. Para Rodrigo Maia, o objetivo da ação é "criminalizar a política".
Agência Câmara
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