O vice-presidente Hamilton Mourão falou com jornalistas na manhã desta sexta-feira (18) e disse achar "normal" a decisão do STF de autorizar medidas restritivas a quem se recusar a tomar a vacina contra a covid-19. Segundo ele, é claro que ninguém será "agarrado à força" para tomar a vacina, mas ter que ser vacinado para determinadas doença é algo que já existe há muito tempo.
O vice deu o exemplo da vacina para febre amarela, em que o cidadão só pode viajar para determinados locais se estiver vacinado. Outro exemplo dado foi em relação ao ingresso em serviços públicos, como o exército.
"Em alguns momentos, poderão ocorrer medidas, como por exemplo para ingressar em serviço público. Aqui nas Forças Armadas, para ingressar, tem que apresentar o certificado de algumas vacinas. Então isso poderá ocorrer num futuro, é normal. O que está sendo feito é muita agitação em torno de algo que já é normal na nossa vida", avaliou Mourão.
Perguntado se será realmente inviável vacinar toda a população em 2021, o vice-presidente afirmou que a estimativa prevista pelo Ministério da Saúde é o suficiente para atingir a "imunidade de rebanho". "O que se calcula é que no ano que vem nós conseguiríamos vacinar 150 milhões de pessoas e isso levaria a tal imunidade de rebanho. Essa é a visão que o ministro da Saúde tem colocado seguidamente, então não vejo problema", disse.
Mourão ainda disse que só será vacinado por um imunizante comprovadamente eficiente e eficaz. "Sou velhinho, não posso dar mole", brincou o vice.
Demora do governo e mudança de postura
Com as notícias de diversos lugares no mundo iniciando a vacinação na população, o que deixaria o Brasil para "trás", Mourão ponderou que estão sendo vacinadas poucas pessoas, e que o Brasil tem que aguardar para ter o produto na mão.
"O Reino Unido vacinaram quantas pessoas? 190 mil, segundo dados que eu tenho aí. Os EUA também vacinando poucas pessoas. Vacina emergencial é para determinados grupos, principalmente o pessoal da saúde e os mais idosos. Nós temos que aguardar que tenhamos todo o produto na mão, tendo o produto, a gente começa", pontuou.
Ao ser questionado sobre uma possível mudança de postura do presidente Jair Bolsonaro, Mourão afirmou que o Chefe do Executivo tem uma grande sensibilidade para saber quando direcionar um discurso para todo o Brasil.
"Eu vejo que o presidente tem uma sensibilidade muito grande. As vezes vocês podem achar que não, mas ele tem. Então, em determinado momento ele entende que é hora de fazer um determinado tipo de discurso para toda a nação, e não os discursos particulares que nem ele realiza em determinados momentos", completou o vice-presidente antes de se despedir dos jornalistas.
R7
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