Novembro 26, 2024

Prefeitura de João Pessoa decreta fechamento de praias, calçadão da orla e parques municipais

A Prefeitura de João Pessoa decretou o fechamento do acesso às praias ao calçadão das avenidas da orla e aos parques municipais, até o dia 18 de maio, como mais uma medida restritiva de circulação como forma de combate à disseminação do novo coronavírus (Covid-19) no município. O decreto foi publicado em um edição especial do Semanário Oficial do município nesta segunda-feira (4).

O decreto, assinado pelo prefeito Luciano Cartaxo (PV), leva em consideração a avaliação do cenário epidemiológico da capital paraibana em relação à pandemia. Segundo o documento, há o registro de 695 pessoas infectadas pelo novo coronavírus até esta segunda-feira, com mais de 3 mil casos em análise e 36 óbitos.

“Nós estamos avançando com as restrições porque isso é fundamental para que a gente evite que a doença se espalhe. Queria inclusive agradecer a quem entende o significado e a importância do isolamento social e explicar para quem não está cumprindo as medidas que quanto mais estas pessoas desobedecem o isolamento, mais elas estão adiando a volta ao novo normal na cidade de João Pessoa”, disse Luciano Cartaxo em uma transmissão com o anúncio do decreto feita nas redes sociais.

Com o decreto, fica vedado o acesso a todas as praias de João Pessoa, ao calçadão da orla, ao Parque da Lagoa e ao Parque Parahyba, locais, que segundo o decreto, são de habitual concentração de pessoas, mesmo com os alertas emitidos pelas autoridades sanitárias.

Além do fechamento das praias e parques, a prefeitura decreta que a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana da capital (Semob-JP) vai disciplinar e proibir o estacionamento nas avenidas Cabo Branco, Almirante Tamandaré, João Maurício e Arthur Monteiro de Paiva, localizadas nos bairros de Cabo branco, Tambaú, Manaíra e Bessa, respectivamente, bem como das ruas próximas aos parques da capital.

As pessoas que descumprirem as medidas publicadas no decreto estão sujeitas às penas previstas no art. 10 da Lei Federal nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, que trata das infrações à legislação sanitária federal e estabelece as sanções necessárias. Entre as penas previstas estão a de advertência e/ou pagamento de multas que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, de acordo com a gravidade da infração.

“Nós só podemos voltar às atividades e acabar com o isolamento de maneira progressiva se a gente subir o grau de isolamento social na cidade de João Pessoa. Quem quiser voltar a ter alguma atividade na capital tem que colaborar com isso. Se todo mundo tivesse colaborado desde o começo, talvez estivéssemos hoje anunciando medidas de flexibilizar o retorno às atividades de cultura, lazer, educação e comércio. Como parte das pessoas não colaborou, os casos subiram e isto significa que estamos adiando ainda mais o retorno à normalidade na capital”, disse Cartaxo.

Ainda de acordo com Luciano, a prefeitura vai entrar em contato com o Governo da Paraíba para firmar uma parceria entre a Guarda Municipal de João Pessoa e a Polícia Militar da Paraíba para intensificar a fiscalização do cumprimento do decreto.

“Vamos tomar novas medidas, continuar com o processo de conscientização e com um processo ainda mais ostensivo de fiscalização para superar este momento difícil”, completou o prefeito de João Pessoa.

Ocupação de leitos por residentes de outras cidades
Na apresentação feita nas redes sociais da Prefeitura de João Pessoa e no perfil do prefeito no Instagram, Luciano Cartaxo também falou sobre a ocupação de leitos de UTI da capital paraibana por moradores de outros municípios. Os dados foram apresentados pelo médico Felipe Proenço, coordenador da Residência Médica de Medicina de Família e Comunidade da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Segundo Felipe, João Pessoa registra, em média, 60 novos casos de coronavírus por dia e atualmente têm mais de 3.371 notificações de Síndrome Gripal. No final de semana, a ocupação dos leitos de UTI no município chegou a 92% e o número só caiu para 64% nesta segunda-feira após a prefeitura abrir 14 novos leitos em parceria com hospitais credenciados na secretaria de saúde do município e o Governo do Estado entregar mais 10 leitos do Hospital Solidário.

“Nós tivemos uma reunião importante entre os prefeitos da Grande João Pessoa neste fim de semana. Só nesta região somos mais de 1 milhão e 200 mil habitantes e todas as cidades têm que atuar de maneira articulada para superar os desafios. Fizemos uma avaliação do cenário e constatamos que Bayeux, Santa Rita e Conde não têm nenhum leito de UTI para Covid-19. Os casos vêm para cá e isso gera uma sobrecarga no nosso sistema”, disse Luciano Cartaxo.

Os dados apresentados pelo médico da UFPB mostram dos leitos de UTI ocupados no Hospital Santa Isabel, 41% são de pacientes de João Pessoa, 41% são de João Pessoa, 40% de Santa Rita, 11% de Bayeux, 4% de Caaporã e 4% do Conde.

Na UTI pediátrica do Hospital do Valentina, 33% dos pacientes internados são de João Pessoa, enquanto que os demais são de Alhandra, Bayeux, Jacaraú e Sapé. Já na enfermaria do Hospital São Luiz, 44% dos pacientes são da capital paraibana, com 36% de Santa Rita, 12% de Bayeux, 4% de Itabaiana e 4% de Cruz do Espírito Santo.

“Em média, 60% das ocupações de leitos de João Pessoa são de pacientes que moram em cidades da Região Metropolitana, com alguns casos ainda de cidades distantes. É um desafio muito grande lidar com um cenário como esse. É importante que os prefeitos das outras Regiões Metropolitanas da Paraíba comecem a se articular para que tudo funcione de forma a não ter risco de posteriormente termos uma segunda onda da doença em João Pessoa se estes casos migrarem para cá. Já estamos com dificuldades aqui nos municípios próximos, imagina se isso se ampliar? Lógico que tudo isso tem que ser feito com diálogo, sem disputa política, sem crise, mas tem que ser feito de forma coordenada para só assim a gente superar esse momento difícil”, completou o prefeito.

G1 PB
Portal Santo André em Foco

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