O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (9) que o governo precisa "comandar o processo" de saída da crise internacional e "deixar claras" suas posições e agendas de reforma.

Segundo o deputado, o Congresso deve adotar uma "postura colaborativa", mas só as reformas não serão suficientes para recuperar o país. "Nós estamos prontos para ajudar, como colaboramos no ano passado com toda a agenda de reformas. Acho que elas ajudam, mas certamente elas não são o único ponto para solucionar os danos da crise", disse.

“Acho que o governo precisa comandar esse processo, deixar claro para todos os atores da sociedade, para os outros dois Poderes, o que ele pensa sobre a crise e a forma que a gente pode ajudar."

O fracasso do acordo entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia, o corte dos preços do petróleo na Arábia Saudita e o avanço do coronavírus derrubaram preços do barril para perto de US$ 30 nesta segunda. O dólar ultrapassou os R$ 4,70 e a Bovespa chegou a suspender as operações após uma queda superior a 10%, pela manhã.

Cobrança por reformas
O presidente da Câmara não quis detalhar as ações que deveriam ser tomadas pelo governo, na visão dele, para reduzir os efeitos da crise internacional sobre o Brasil. Questionado, ele cobrou que o Executivo envie as propostas de reforma ao Congresso.

Desde a aprovação da reforma da Previdência, em novembro, o governo Jair Bolsonaro vem falando sobre a necessidade de aprovar uma reforma tributária e uma administrativa (na estrutura do setor público). Até o momento, nenhuma das duas foi enviada ao parlamento.

No caso da reforma tributária, o Congresso criou uma comissão mista para unificar duas propostas que já tramitam, assinadas por deputados e senadores. Como a reforma administrativa mexe na estrutura do Poder Executivo, a Constituição prevê que apenas o governo federal pode assinar o projeto.

“Não é só reforma. O governo tem algumas ações que o governo terá de tomar, algumas atitudes, que parte delas, parte da solução de médio e longo prazo são as reformas, mas reformas que precisam chegar à câmara dos deputados”, afirmou Maia nesta segunda.

O presidente da Câmara também afirmou que, mesmo com as reformas, o governo terá de tomar "outras ações" nos próximos dias para ajudar a conter os impactos da crise internacional – sem detalhar quais medidas seriam essas.

"A tributária está andando. Acho que o governo nessa, mesmo com seu longo atraso, não vai ter grande prejuízo pra gente conseguir avançar nos próximos dois meses, até o início de maio, na tributária. A [reforma] administrativa vai ter um atraso, porque eu preciso aprová-la na Comissão de Constituição e Justiça primeiro."

G1
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