A invasão russa à Ucrânia completa três anos nesta segunda-feira (24) e vários líderes estrangeiros foram à Kiev para levar apoio à população e ao presidente Volodymyr Zelensky.
O momento da guerra é crítico. Em meio a discussões sobre um possível acordo de paz, proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na noite deste sábado (22), a Rússia lançou o seu maior ataque único com drones contra a Ucrânia.
Durante a visita dos líderes estrangeiros, um alerta de ataque aéreo foi emitido em todo o país.
"Perigo de mísseis em todo o território da Ucrânia!", escreveu a Força Aérea Ucraniana no Telegram, referindo-se à decolagem de uma aeronave russa portadora de mísseis MiG-31.
A cúpula que ocorre em Kiev nesta segunda conta com a participação de 13 líderes europeus e do Canadá, e de 24 representantes estrangeiros por videoconferência. Eles discutem meios de continuar ajudando a Ucrânia, diante da reviravolta de Donald Trump a favor do presidente russo Vladimir Putin.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, também estão em Kiev, para reiterar o apoio a Zelensky.
"Nesta luta pela sobrevivência, não é apenas o destino da Ucrânia que está em jogo. É o destino da Europa", disse von der Leyen.
Na Alemanha, o líder dos democratas-cristãos alemães, Friedrich Merz, que venceu as eleições parlamentares deste domingo e tem todas as chances de se tornar o próximo chanceler, declarou como "prioridade absoluta" a criação de uma "capacidade de defesa europeia autônoma" como alternativa à "Otan em sua forma atual".
Em uma mensagem nas redes sociais, Zelensky saudou "três anos de resistência" e "heroísmo absoluto dos ucranianos" desde o início do conflito, agradecendo "a todos aqueles que defendem e apoiam" a Ucrânia.
O presidente ucraniano, que disse estar disposto a deixar o cargo em troca de fim da guerra e de entrada da Ucrânia na Otan, também pediu a troca de todos os prisioneiros de guerra para iniciar diálogo com Moscou, apelando por uma "paz real e duradoura" este ano.
Ataques e protestos
Protestos em apoio à Ucrânia também ocorreram neste domingo (23) em capitais europeias como Paris e Praga, e em frente à embaixada russa em Washington e outras cidades americanas. Outras manifestações estão previstas para esta segunda-feira, incluindo Londres e Sydney.
Na França, um perímetro de segurança foi imposto no em torno do Consulado russo em Marselha, no sul do país, depois que três projéteis foram lançados, nesta segunda-feira, contra o muro, provocando uma explosão, segundo uma fonte da segurança. Não houve vítimas e todos os funcionários e cônsul russos foram colocacos em locais protegidos.
Ainda nesta segunda, de acordo com autoridades russas, um incêndio atingiu a refinaria de petróleo de Ryazan, uma das maiores da Rússia, ao sul de Moscou, após um ataque de drones ucranianos.
Apreensão por aproximação dos EUA com a Rússia
A postura do presidente norte-americano, Donald Trump, que tenta impor negociações de paz nos termos desejados pelo russo Vladimir Putin, por enquanto sem garantias de segurança à Ucrânia e aos países europeus, preocupa os ucranianos.
Após três anos de apoio militar ininterrupto dos EUA, eles temem que o país seja forçado a aceitar concessões territoriais em troca de um cessar-fogo.
Se o presidente ucraniano concordar em ceder à Rússia as regiões ocupadas que atualmente pelos russos, "os homens que estão lutando por nossa terra (...) não ouvirão Zelensky e continuaremos a pressionar", alerta Oleksandr, comandante de uma unidade de artilharia da 93ª brigada. Muitos homens já perderam "suas casas, suas famílias, seus filhos" e não têm "mais nada a perder", diz o soldado ucraniano.
RFI
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