Mai 20, 2024

Israel mata comandante do Hezbollah em ataque aéreo no Líbano

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram nesta terça-feira (16) que mataram um comandante do grupo xiita Hezbollah, do Líbano, em um ataque aéreo em território libanês.

O comandante é Yusaf Baz, que chefiava o Hezbollah na região costeira do Líbano.

Segundo a nota da FDI no Telegram, o ataque aconteceu a cerca de 7 quilômetros ao norte da fronteira entre os dois países.

Os israelenses afirmaram que Baz tinha planos para disparar foguetes e mísseis antitanque contra Israel.

O Hezbollah ainda não fez nenhum pronunciamento a respeito desse ataque israelense.

O gabinete de guerra de Israel se encontrou nesta terça-feira. O grupo está discutindo como será a resposta ao ataque do Irã no sábado, quando foram lançados mais de 300 projéteis contra o território israelense –99% foram derrubados antes mesmo de chegar a Israel.

Teerã agiu no sábado em resposta a um ataque que os iranianos atribuem a Israel, no dia 1º de abril: caças destruíram o consulado do Irã em Damasco, na Síria, e mataram um comandante sênior da Guarda Revolucionária iraniana.

Reunião do gabinete de guerra
Israel voltará a reunir seu gabinete de guerra nesta terça-feira (16) para discutir uma resposta a Teerã.

O gabinete, formado após o ataque do Irã, discutirá que tipo de retaliação fará. A intenção do governo israelense é realizar uma ofensiva que atinja o território iraniano mas que não seja forte o suficiente para provocar uma nova guerra no Oriente Médio, segundo fontes do gabinete ouvidos pela agência de notícias Reuters.

Líderes ocidentais pediram prudência ao governo israelense para evitar uma escalada ainda maior das tensões na região -- o que pode indicar uma perda parcial do apoio do Ocidente que Israel angariou no fim de semana após o ataque do Irã (leia mais abaixo).

Na segunda-feira, Irã já avisou que também fará uma nova retaliação, caso seja atacado por Israel.

O gabinete de guerra se reunirá ao longo do dia e, até a última atualização desta reportagem, ainda não havia dado um prazo para a retaliação.

Primeira resposta
Na noite de segunda, caças israelenses atacaram um complexo militar do Hezbollah em Meiss El Jabal e outro em Tayr Haifa, no sul do Líbano. O Hezbollah é um grupo terrorista aliado dos iranianos e participou da ofensiva iraniana contra Israel no sábado.

Mais cedo, o chefe de gabinete das Forças de Defesa Israelenses, Herzi Halevi, já havia dito que Israel responderia o ataque iraniano. O canal israelense Channel 12 também havia afirmado que o governo de Israel estudava uma réplica para "ferir" o Irãsem chegar ao ponto de provocar uma guerra regional.

Rivais de longa data, Israel e Irã travam um duelo sangrento cuja intensidade varia conforme o momento geopolítico. Teerã é contra a existência de Israel, que, por sua vez, acusa o país inimigo de, movido pelo antissemitismo, financiar grupos terroristas. Com a guerra em Gaza, a situação só piorou.

De acordo com o Channel 12, o governo de Benjamin Netanyahu tentará uma ação militar coordenada com os Estados Unidos. Washington, no entanto, já disse que não participaria de um eventual ataque ao Irã.

No domingo (14), um dos membros do Gabinete de Guerra, Benny Gantz, já havia afirmado que o Irã pagará na hora certa pelo ataque feito ao país na noite de sábado (13).

"Construiremos uma coalizão regional e cobraremos o preço do Irã da maneira e no momento certo para nós", afirmou Gantz em comunicado oficial.

O gabinete de guerra é composto pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant e por Gantz, ex-comandante das Forças Armadas de Israel.

O primeiro-ministro disse que vai ferir qualquer um que tenha planos de nos atacar ou que aja nesse sentido. O Irã continua a desestabilizar o mundo e a trazer perigo para a região [...]. Nenhum país no mundo toleraria ameaças repetidas dessa natureza.
— Avi Hyman

"Houve um tempo que os judeus não tinham defesa e não tinham como se proteger. Hoje os judeus têm Israel e nós vamos defender nosso direito de viver livremente na nossa terra", acrescentou.

Apoio do Ocidente
Os líderes do G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo, também realizaram uma reunião virtual para articular uma resposta "diplomática e unida" à situação.

Após o encontro, os líderes do grupo afirmaram condenar o ataque iraniano "sem precedentes" e expressaram "total solidariedade e apoio" a Israel e sua população, reiterando o compromisso em manter a segurança do país.

"Com suas ações, o Irã deu um passo a mais em direção à desestabilização da região e corre o risco de provocar uma escalada regional [das tensões] incontrolável. Isso deve ser evitado", afirmaram os líderes do grupo em posicionamento oficial.

"Continuaremos a trabalhar para estabilizar a situação e evitar uma nova escalada [das tensões]. Nesse espírito, exigimos que o Irã e seus aliados cessem seus ataques, e estamos prontos para tomar novas medidas agora e em resposta a [eventuais] novas [ofensivas]", acrescentaram.

A Itália, que ocupa a presidência rotativa do Grupo dos Sete, agendou uma reunião virtual com os demais membros do grupo, que, além dos EUA e da Itália, inclui Canadá, França, Alemanha, Inglaterra e Japão.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou na rede social X (antigo Twitter) que o governo italiano "reitera sua condenação dos ataques iranianos contra Israel".

Mais para o fim da tarde, será a vez do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que convocou uma reunião de emergência a pedido de Israel para tratar do assunto.

"O ataque iraniano é uma séria ameaça à paz e segurança globais, e espero que o Conselho utilize todos os meios para tomar medidas concretas contra o Irã. [...] Chegou o momento do Conselho de Segurança tomar ações concretas contra a ameaça iraniana", disse o embaixador israelense nas Nações Unidas, Gilad Erdan, em documento enviado à ONU.

Os ministros de Relações Exteriores dos países que compõem a União Europeia também foram chamados pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, para um encontro extraordinário neste domingo para discutir a escalada do conflito.

Ataque inédito
No sábado, Israel foi alvo de um ataque inédito do Irã. Mais de 300 artefatos, incluindo drones e mísseis, foram lançados contra o país.

As Forças de Defesa de Israel afirmaram que conseguiram interceptar 99% dos artefatos lançados. Entretanto, a mídia iraniana disse que mísseis conseguiram furar a proteção israelense.

A agressão iraniana é uma resposta ao bombardeio de Israel à embaixada do país na Síria -- entenda a cronologia do caso.

Militares do Irã ameaçaram uma ofensiva ainda maior se Israel contra-atacar. O governo iraniano também disse que pode atingir bases dos Estados Unidos caso Washington apoie uma retaliação israelense.

O que se sabe sobre o ataque do Irã

  • O Irã enviou dezenas drones para atacar o território de Israel no fim da tarde de sábado (13), pelo horário de Brasília.
  • Os drones demoraram horas até chegar ao alvo.
  • No caminho, uma parte dos drones e dos mísseis foi derrubada por aeronaves de Israel, dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Jordânia.
  • Perto das 20h, as primeiras explosões e sirenes de aviso foram ouvidas em Israel.
  • O serviço nacional de emergência médica de Israel informou que uma menina de 10 anos ficou gravemente ferida, no deserto de Negev, por estilhaços de um artefato para interceptar drones.
  • O ataque é uma retaliação do Irã contra Israel: em 1º de abril, a embaixada iraniana na cidade de Damasco, na Síria, foi atingida, e sete pessoas morreram.
  • Às 19h, ainda antes de os artefatos chegarem a Israel, a missão do Irã na ONU afirmou que o ataque estava encerrado, referindo-se a ele com uma "ação legítima".

g1
Portal Santo André em Foco

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