Outubro 09, 2024

Três pessoas são condenadas à prisão perpétua por queda de avião na Ucrânia em 2014

Uma corte holandesa condenou três homens à prisão perpétua, nesta quinta-feira (17), em um julgamento realizado à revelia pela queda do avião MH17 da Malaysia Airlines em 2014, em uma área do leste da Ucrânia dominada por separatistas pró-Rússia.

Os 298 passageiros e tripulantes do MH17 morreram depois que um míssil atingiu o avião comercial que fazia a rota Amsterdã-Kuala Lumpur (Malásia).

Os russos Igor Guirkin e Sergei Dubinsky e o ucraniano Leonid Kharchenko foram "condenados" por homicídio doloso por conta da queda do avião, enquanto o russo Oleg Pulatov foi absolvido, conforme sentença proferida pelo juiz Hendrik Steenhuis.

O tribunal sentenciou os três homens, julgados à revelia, à prisão perpétua, embora não esteja claro se eles cumprirão suas sentenças.

Os quatro estão em liberdade e nenhum deles compareceu ao anúncio da sentença, bem como às restantes audiências do julgamento, que durou dois anos e meio.

O impacto ocorreu quando o avião sobrevoava o espaço aéreo de Donbass, então controlado por separatistas pró-Rússia e que atualmente representa a zona onde decorrem os combates mais intensos da guerra na Ucrânia.

'Há muitas evidências'
Piet Ploeg, presidente da fundação MH17, que perdeu seu irmão, cunhada e um sobrinho no trágico incidente, disse à AFP que espera que a sentença ajude as famílias das vítimas a curar a ferida da perda.

"Não acho que isto esteja completamente fechado. (...) Mas espero mesmo que este dia ajude os familiares (das vítimas) a seguirem em frente nas suas vidas", afirmou, em declarações à porta do tribunal, sobre um sentença que pôs fim à longa jornada dos familiares para que a justiça fosse feita.

Girkin, Dubinski, Kharchenko e Pulatov faziam parte das forças separatistas no leste da Ucrânia, apoiadas por Moscou.

Os juízes consideraram que os três condenados foram os responsáveis ​​por terem disparado mísseis BUK de uma base militar na Rússia e por instalerem os projéteis no local de onde foram lançados, embora não tenham sido eles que apertaram no botão.

“Existem inúmeras evidências que nos permitem chegar a essa conclusão”, como “um fragmento em forma de borboleta encontrado no corpo de um tripulante”, explicou.

O tribunal rejeitou a hipótese alternativa defendida pelo advogado de defesa de que um lutador ucraniano estaria envolvido na queda do avião.

Os juízes também garantiram que a República Popular de Donetsk estava "sob o controle da Federação Russa". Moscou sempre negou qualquer envolvimento na tragédia.

'Uma decisão importante'
"A decisão do tribunal de Haia é importante", disse o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, após o anúncio da sentença.

"A punição de todas as atrocidades russas, tanto do passado quanto do presente, será inevitável", acrescentou.

Durante os eventos, Guirkin, de 51 anos, era um ex-espião russo que foi nomeado ministro da Defesa da República Popular de Donetsk e estava em contato com Moscou para obter a ajuda do sistema de mísseis.

Dubinski, de 60 anos, também ligado aos serviços de inteligência russos, estava no comando dos serviços de inteligência militar dos separatistas e teria dado a ordem para ativar os mísseis.

Pulatov e Kharchenko eram seus subordinados e, segundo a promotoria, eram os encarregados de levar os mísseis até o local de lançamento.

As vítimas vieram de dez países diferentes (nenhum deles de língua espanhola) e entre eles estavam 196 holandeses, 43 malaios e 38 australianos.

"Se eles são culpados, a comunidade internacional deve persegui-los", disse à AFP Evert van Zijtveld, que perdeu a filha Frederique, de 19 anos, o filho Robert-Jan, de 18 anos, e seus sogros. "Não posso perdoá-los", acrescentou em declarações antes do anúncio da sentença.

AFP
Portal Santo André em Foco

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