Outubro 02, 2024

Rússia inicia referendo de anexação em áreas ocupadas da Ucrânia; Ocidente condena 'farsa'

A Rússia iniciou referendos nesta sexta-feira (23) com o objetivo de anexar quatro regiões ocupadas da Ucrânia, no que Kiev chamou de farsa ilegal, com moradores ameaçados de punição se não votarem.

As votações sobre se as regiões devem se tornar parte da Rússia começaram depois que a Ucrânia, no início deste mês, recapturou grandes áreas do nordeste do território em uma contraofensiva. A guerra da Rússia já matou dezenas de milhares de pessoas, desabrigou milhões e devastou a economia global.

Com o presidente russo, Vladimir Putin, também anunciando nesta semana um recrutamento militar para que 300 mil reservistas lutem na Ucrânia, o Kremlin parece estar tentando recuperar a vantagem no conflito.

Se forem formalmente admitidos na Federação Russa, os territórios ocupados, onde as contraofensivas ucranianas ganharam força nas últimas semanas, ficarão sob a doutrina nuclear de Moscou.

Putin disse na quarta-feira que a Rússia "usará todos os meios à nossa disposição" para se proteger, uma alusão às armas nucleares.

Os referendos foram discutidos durante meses pelas autoridades instaladas por Moscou nas quatro regiões - no leste e sudeste da Ucrânia -, mas as recentes vitórias de Kiev no campo de batalha levaram a uma ação para agendá-los.

A votação nas províncias de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia, que representam cerca de 15% do território ucraniano, deve ocorrer desta sexta-feira a próxim terça-feira (27).

Serhiy Gaidai, governador da região de Luhansk, na Ucrânia, disse que na cidade de Starobilsk, as autoridades russas proibiram a população de deixar a cidade até terça-feira e grupos armados foram enviados para revistar casas e coagir as pessoas a sair para participar do referendo.

"Hoje, a melhor coisa para o povo de Kherson seria não abrir suas portas", disse Yuriy Sobolevsky, o primeiro vice-presidente ucraniano deslocado do conselho regional de Kherson, no aplicativo de mensagens Telegram.

Os referendos foram condenados pela Ucrânia, líderes ocidentais e as Nações Unidas como um precursor ilegítimo e coreografado da anexação ilegal. Não haverá observadores independentes e grande parte da população pré-guerra fugiu.

A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que monitora eleições, disse que os resultados não teriam relevância legal, pois não estão em conformidade com a lei ucraniana ou os padrões internacionais e as áreas não são seguras.

Gaidai disse que na cidade de Bilovodsk, controlada pelos russos, um diretor de empresa disse aos funcionários que o voto era obrigatório e que qualquer pessoa que se recusasse a participar seria demitida e seus nomes divulgados aos serviços de segurança.

A Rússia sustenta que os referendos oferecem uma oportunidade para as pessoas da região expressarem sua opinião.

A Ucrânia diz que nunca aceitará o controle russo de qualquer território e lutará até que o último soldado russo seja expulso.

R7, com Reuters
Portal Santo André em Foco

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