O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, alertou no fim de semana sobre o risco de ataques russos mais severos antes do 31º aniversário, na quarta-feira (24), da independência ucraniana do regime soviético.
Zelenski, em seu discurso noturno em vídeo no sábado (20), afirmou que Moscou poderia tentar "algo particularmente feio" no período que antecede a quarta-feira, que também marca seis meses desde a invasão russa.
Ele disse que conversou sobre "todas as ameaças" com seu colega francês e que uma mensagem também foi enviada a outros líderes, incluindo o presidente turco Tayyip Erdogan e o secretário-geral da ONU, António Guterres.
"Todos os parceiros da Ucrânia foram informados sobre o que o Estado terrorista pode preparar para esta semana", declarou Zelenski em seu discurso noturno em vídeo, referindo-se à Rússia.
Autoridades locais em Kiev proibiram grandes eventos públicos, comícios e outras reuniões relacionadas ao aniversário na capital, de segunda a quinta-feira, devido à possibilidade de ataques com foguetes, de acordo com um documento publicado pela administração militar de Kiev e assinado por seu chefe, Mykola Zhyrnov.
Ihor Terekhov, prefeito de Kharkiv, no nordeste, que está sob bombardeio russo frequente e mortal de longo alcance, ampliou o horário do toque de recolher noturno regular, que vai durar das 16h até 7h, com efeito de terça a quinta-feira.
Na cidade portuária de Mykolaiv, perto do território ocupado pela Rússia ao sul, o governador regional Vitaly Kim disse que as autoridades estão preparando uma ordem de precaução para que os moradores trabalhem em casa na terça e quarta-feira e instou as pessoas a não se reunirem em grandes grupos.
Situação da Guerra
Perto da linha de frente no sul do país, a Ucrânia disse que a Rússia disparou foguetes contra várias cidades do sul da Ucrânia, ao norte e oeste da maior usina nuclear da Europa, capturada por forças russas logo após invadirem a Ucrânia em fevereiro.
Os disparos de artilharia e foguetes na região do complexo do reator nuclear de Zaporizhzhia, na margem sul do rio Dnipro ocupada pelos russos, têm provocado temor de um desastre nuclear e levado a pedidos de desmilitarização da área circundante.
A Rússia lançou o que chama de "operação militar especial" em 24 de fevereiro para desmilitarizar sua vizinha menor e proteger as comunidades de língua russa. A Ucrânia e seus apoiadores ocidentais acusam Moscou de travar uma guerra de conquista ao estilo imperial.
Reuters
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