Setembro 28, 2024

Tensão gerada por visita de Pelosi a Taiwan 'não deve ser subestimada', diz Rússia

O Kremlin disse nesta quarta-feira que o nível de tensão provocado pela visita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan "não deve ser subestimado".

Respondendo a uma pergunta sobre se o mundo estava mais próximo da guerra, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres que não era a favor de usar essa palavra, mas reiterou que a visita foi uma "provocação".

Ele acrescentou que nenhum contato adicional entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da China, Xi Jinping, foi acertado por causa da visita.

A chegada de Pelosi na última terça-feira (2) a Taiwan provocou uma resposta furiosa de Pequim, em um momento em que as tensões internacionais já estão elevadas devido ao conflito na Ucrânia.

A China afirmou que a viagem terá consequências. "Isto é uma completa farsa. Os Estados Unidos violam a nossa soberania sob o pretexto da chamada 'democracia'... aqueles que ofendem a China serão punidos", disse o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, à margem de uma reunião da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em Phnom Penh.

Pelosi, de 82 anos, se despediu das autoridades taiwanesas no aeroporto de Teipei e embarcou no avião militar americano que decolou às 7 horas de Brasília, de acordo com as imagens exibidas ao vivo por canais de televisão. A delegação dos EUA seguiu para a Coreia do Sul, próxima escala em sua viagem pela Ásia.

Exercícios militares
Ao mesmo tempo, o ministério chinês da Defesa prometeu "ações militares seletivas", com uma série de manobras militares ao redor da ilha que começarão na próxima quinta-feira (4), incluindo "o disparo de munições reais de longo alcance" no Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China continental.

Os exercícios militares representam "uma medida necessária e legítima para responder às graves provocações de alguns políticos americanos e dos independentistas taiwaneses", afirmou Hua Chunying, porta-voz da diplomacia chinesa.

Em relação à "visita de Pelosi a Taiwan, os Estados Unidos são o provocador, a China é a vítima. A provocação conjunta aconteceu primeiro, a defesa justa da China veio depois", acrescentou.

Em alguns pontos, a zona de operações chinesas ficará a menos de 20 quilômetros da costa de Taiwan, segundo as coordenadas divulgadas pelo exército do país.

O ministério taiwanês da Defesa respondeu que os exercícios violam as águas territoriais da ilha. "Esta é uma ação irracional que desafia a ordem internacional", afirmou o porta-voz do ministério, Sun Li-fang.

O Japão expressou preocupação com as manobras da China, que para Tóquio ultrapassam a zona de exclusão econômica.

O ministério do Comércio da China também anunciou sanções econômicas, incluindo a suspensão da exportação de areia natural para Taiwan, um componente chave para a produção de semicondutores, uma das principais exportações da ilha. E a administração alfandegária chinesa também cancelou a importação de frutas e alguns peixes da região.

China e Taiwan estão separadas de fato desde 1949, quando as tropas comunistas de Mao Tsé-Tung derrotaram os nacionalistas, que se refugiaram na ilha.

Washington reconheceu em 1979 o governo de Pequim como representante da China, mas prosseguiu com o apoio militar a Taiwan.

R7, com AFP e Reuters
Portal Santo André em Foco

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