Outubro 04, 2024

Um ano após grandes protestos em Cuba, 488 presos cumprem pena e EUA aplicam novas sanções

Nesta segunda-feira (11), as maiores manifestações antigovernamentais que ocorreram em Cuba em 60 anos completam um ano.

Os protestos de 11 e 12 de julho mobilizaram quase 50 cidades aos gritos de "Estamos com fome" e "Liberdade" deixaram um morto, dezenas de feridos e mais de 1.300 detidos, segundo a Cubalex, uma ONG de direitos humanos com sede em Miami.

De acordo com a Procuradoria Geral da República, 790 presos foram processados ​​e 488 receberam uma sentença final, muitos pelo crime de pertubação contra a ordem pública com penas de até 25 anos de prisão.

As autoridades cubanas afirmam que as manifestações foram orquestradas pelos Estados Unidos.

Para comemorar a data, opositores convocaram novas manifestações nas redes sociais, mas muitas das vozes reveladas no 11 de Julho foram para o exílio e algumas estão na cadeia.

Na última sexta-feira (8), manifestantes denunciaram que foram alertados por agentes de segurança a não saírem de casa nesta segunda-feira.

Sanções dos EUA
Os Estados Unidos sancionaram 28 funcionários cubanos por seu papel na "repressão aos protestos" em 11 de julho de 2021, incluindo membros de alto escalão do Partido Comunista, informou no último sábado (9) o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken.

O Departamento de Estado "tomou medidas para impor restrições de visto a 28 funcionários" sob a "Proclamação Presidencial 5377", que suspende a possibilidade de funcionários do governo cubano entrarem nos Estados Unidos como não imigrantes, informou em comunicado.

Os 28 incluem funcionários que "estão implicados na repressão dos protestos pacíficos de 11 de julho de 2021" e "membros de alto escalão do Partido Comunista de Cuba responsáveis ​​por estabelecer políticas nos níveis nacional e provincial", apontou Blinken no texto sem dar Nomes.

“Em vez de garantir a segurança do povo cubano e o respeito por suas liberdades de expressão e reunião pacífica, esses funcionários permitiram ou facilitaram prisões violentas e injustas, julgamentos fraudulentos e sentenças de prisão para centenas de manifestantes", continuou.

Entre os sancionados estão “funcionários que trabalham nos setores de comunicação e mídia estatal que formulam e implementam políticas que restringem a capacidade dos cubanos de acessar e compartilhar livremente a informação e que participam da disseminação de desinformação."

Em 11 de julho, o governo de Havana limitou a internet "para impedir que os cubanos se comuniquem entre si e para impedir que o mundo presencie os eventos históricos daquele dia", segundo Blinken.

Para ele, as autoridades da mídia estatal "continuam a fazer campanha" contra manifestantes presos e seus parentes.

Em Havana, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, disse que nessa segunda-feira a ilha comemora a derrota de "um golpe de estado vandalístico".

Cuba está sob embargo dos EUA desde 1962, com diferentes tipos de sanções que variaram ao longo do tempo.

O presidente americano Joe Biden prometeu revisar a política de Havana quando chegasse à Casa Branca em janeiro de 2021.

Em maio passado, ele anunciou que suspenderia algumas das restrições impostas a Cuba sob o mandato de seu antecessor, Donald Trump, para facilitar os procedimentos de imigração, transferências de dinheiro e voos para a ilha, uma decisão aplaudida por Havana.

R7, com AFP
Portal Santo André em Foco

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