Outubro 07, 2024

Ucrânia busca 36 desaparecidos entre os escombros de shopping

Bombeiros e soldados fizeram buscas nesta terça-feira (28) por sobreviventes nos escombros de um shopping center ucraniano, onde autoridades disseram que 36 pessoas ainda estão desaparecidas após um ataque com mísseis russo que matou pelo menos 18.

Parentes dos desaparecidos estavam reunidos em um hotel do outro lado da rua dos destroços do shopping center, onde equipes de resgate montaram uma base.

Bombeiros com aparência exausta sentaram-se em um meio-fio depois de uma noite de luta contra o incêndio e procura por sobreviventes. Oleksandr, molhando o rosto com uma garrafa de água, disse que sua equipe trabalhou a noite toda revirando os escombros.

"Retiramos cinco corpos. Não encontramos ninguém vivo", afirmou ele.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski acusou a Rússia de atingir civis deliberadamente no ataque na cidade de Kremenchuk, no centro da Ucrânia, longe da linha de frente. Ele chamou a ação de "um dos ataques terroristas mais desafiadores da história europeia".

A Rússia disse que o acidente foi causado por um ataque a um alvo militar legítimo. O Ministério da Defesa do país alegou ter disparado mísseis em um depósito usado para armazenar armas enviadas pelo Ocidente e que a explosão de munição no local causou o incêndio no shopping próximo.

De acordo com Moscou, o shopping estava sem uso e vazio no momento do ataque, uma afirmação refutada por sobreviventes feridos, como Ludmyla Mykhailets, de 43 anos, que estava fazendo compras lá com o marido quando a explosão a jogou para o alto.

"Eu voei de cabeça e estilhaços atingiram meu corpo. O lugar inteiro estava desmoronando", disse ela em um hospital público próximo, onde estava sendo tratada.

"Foi um inferno", afirmou seu marido, Mykola, 45 anos, com sangue escorrendo por um curativo em volta da cabeça.

Líderes das principais democracias do Grupo dos Sete (G7), em uma cúpula na Alemanha, disseram que o ataque foi "abominável".

"O presidente russo [Vladimir] Putin e os culpados ​​serão responsabilizados", afirmaram em comunicado conjunto.

A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, informou à Reuters que outro míssil também atingiu uma fábrica próxima, que estava fechada, e não era um alvo militar.

"É uma questão sobre crimes contra a humanidade", disse ela. "Acho que é como um bombardeio sistemático da infraestrutura civil – com que objetivo? Assustar as pessoas, matar pessoas para fazer terror em nossas cidades e vilarejos."

A Rússia nega alvejar intencionalmente civis em sua "operação militar especial", que destruiu cidades, matou milhares de pessoas e expulsou milhões de suas casas.

O ataque a Kremenchuk ocorre após dias de bombardeios russos longe da linha de frente, incluindo as primeiras investidas contra a capital, Kiev, em semanas.

Moscou também intensificou o bombardeio a Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, onde as tropas russas foram repelidas em uma contraofensiva em maio. O governador de Kharkiv disse que cinco pessoas morreram e 22 ficaram feridas em um ataque nesta segunda-feira (27), que atingiu alvos como prédios de apartamentos e uma escola.

Reuters
Portal Santo André em Foco

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