Outubro 03, 2024

Motim em presídio do Equador termina com 43 mortos

Um motim em uma prisão no centro do Equador deixou pelo menos 43 internos mortos, informou nesta segunda-feira (9) o Ministério Público, sobre o novo ato de violência no país afetado pelo aumento vertiginoso do tráfico de drogas e da criminalidade.

"Até o momento são 43 presidiários mortos", informou a instituição no Twitter, acrescentando que a informação está sob atualização.

O ministro do Interior, Patricio Carrillo, disse em coletiva de imprensa que o balanço era de 41 vítimas. "Lamentavelmente, 41 pessoas privadas de liberdade perderam a vida neste incidente. A maioria deles, para não dizer quase 100%, olhando rapidamente, foram privados da vida com arma branca, não arma de fogo", detalhou em entrevista coletiva.

O ministro explicou que as vítimas são resultado de um novo confronto entre os mesmos grupos criminosos rivais que no mês anterior protagonizaram um massacre na prisão da cidade de Cuenca, que deixou 20 reclusos mortos e outros dez feridos.

Durante este novo motim em Santo Domingo de los Táchilas, que começou nesta madrugada, cerca de 40 reclusos tentaram fugir da prisão, mas foram recapturados pelas forças de segurança.

Para controlar a situação, a Polícia Nacional do Equador enviou agentes para apoiar os guardas penitenciários. De acordo com o ministro do Interior, as forças de segurança já têm os pavilhões de segurança mínima e média sob controle, mas não o de segurança máxima.

Carillo antecipou que, assim que toda a prisão estiver sob controle, será feita uma busca exaustiva nas instalações, como foi o caso do recente episódio em Cuenca, onde foram encontradas armas de fogo, incluindo vários fuzis de assalto e armas automáticas.

"Estamos controlando e organizando algumas ações para que a violência não irrompa nos restantes centros [penitenciários]", acrescentou o ministro, que antecipou que os líderes das gangues envolvidas serão transferidos para a prisão de segurança máxima de La Roca, na província costeira de Guayas.

No Equador, quase 400 reclusos foram mortos nos últimos dois anos em confrontos entre organizações rivais ligadas ao tráfico de drogas que lutam pelo controle interno das prisões e têm ramificações dentro e fora dos presídios, de acordo com as autoridades.

Recentemente, a CIDH (Comissão Interamericana dos Direitos Humanos) publicou um relatório sobre a crise prisional no Equador, no qual exortava o governo a recuperar o controle interno das prisões, proporcionar condições decentes aos presos e desenvolver políticas de prevenção do crime que não deem prioridade à prisão.

No final de 2021, havia mais de 36 mil reclusos em 36 instalações, incluindo prisões e centros de reabilitação social, com uma capacidade de 30 mil, embora a superlotação tenha alcançado 62% em prisões como Guayaquil, a mais povoada do país, com 7.231 reclusos, e o cenário dos episódios mais sangrentos do ano passado.

Para resolver a crise prisional, o governo de Guillermo Lasso está contratando 1.400 novos agentes prisionais, concedendo cerca de 5.000 perdões a presos condenados por delitos menores e desenvolvendo a primeira política de direitos humanos do país para a população prisional.

AFP
Portal Santo André em Foco

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