Setembro 30, 2024

Em 1º discurso após invasão, Putin diz que 'não podia agir diferente' e que está preparado para sanções

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, falou publicamente pela primeira vez após iniciar o país uma operação de ataque contra a Ucrânia. Ele disse, em conversa com empresários do país, nesta quinta-feira (24), que se prepara para responder às sanções impostas pelo Ocidente após o Kremlin reconhecer duas áreas separatistas do leste ucraniano.

Putin disse aos empresários que "foi obrigado" a tomar a decisão de atacar a Ucrânia e que "não tinha como agir diferente".

O mandatário reforçou que tentativas anteriores de Moscou para resolver a situação da segurança na região eram sempre ignoradas. Putin exige, entre outras coisas, que a Ucrânia não faça parte da aliança militar do ocidente, a Otan.

Ainda durante a conversa, Putin tentou tranquilizar os empresários e disse que a Rússia segue sendo parte de uma economia global, e que não pretende alterar a ordem vigente.

Novas sanções
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou uma nova série de sanções contra a Rússia. As medidas, mais severas, afetam bancos russos e impedem que o país faça transações em libras esterlinas. Ele também anunciou sanções contra Belarus, país aliado de Moscou.

"De nossa parte, hoje, o Reino Unido está anunciando o maior e mais severo pacote de sanções econômicas que a Rússia já viu" , disse Johnson ao Parlamento. "Vamos apertar a Rússia, vamos tirar ela da economia global."

Johnson chamou o presidente russo de "agressor" e disse que Putin sempre teve a intenção de invadir a Ucrânia.

"Putin tem que ser condenado aos olhos do mundo, não dá para tirar o sangue do povo ucraniano de suas mãos", disse Johnson. "Tentamos a diplomacia até a última hora", completou o premiê, que anunciou ainda a transferência do corpo diplomático da embaixada de Kiev para Lviv, no oeste da Ucrânia.

"De nossa parte, hoje, o Reino Unido está anunciando o maior e mais severo pacote de sanções econômicas que a Rússia já viu."

O anúncio aconteceu pouco depois o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia pedir, nesta quinta-feira (24), aos países para banir a Rússia do sistema global de pagamentos interbancários SWIFT - uma das sanções não militares mais duras que o Ocidente pode impor - para punir Moscou por enviar tropas para a Ucrânia.

A UE aprovou uma primeira rodada de sanções na quarta-feira (23), e deve impor em breve um novo pacote à Rússia - incluindo o congelamento dos ativos, interrompendo o acesso de seus bancos aos mercados financeiros europeus e mirando "interesses do Kremlin" - por sua invasão da Ucrânia.

Porém, é improvável que o corte da Rússia do SWIFT aconteça nesta fase, de acordo com altas lideranças europeias.

Na terça-feira (22), logo após o presidente russo Vladimir Putin reconhecer a independência das regiões separatistas Luhansk e Donetsk – localizadas no leste da Ucrânia –, o presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, também declarou um pacote de sanções contra a Rússia. Investimentos, comércio e financiamento americano foram proibidos na região de Donbass.

Assim como o país americano, outras nações ocidentais também se manifestaram contra a, até então, iminente invasão russa ao território ucraniano, como a Alemanha, que suspendeu a autorização para o início da operação do gasoduto russo Nord Stream 2, que liga diretamente os dois países, sem passagem pela Ucrânia.

g1
Portal Santo André em Foco

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