Setembro 30, 2024

Rússia vai abrir fogo em embarcação ou submarino que entrar em suas águas, diz militar a agência russa

A agência de notícias russa Interfax entrevistou um funcionário de alta patente das forças amadas do país que afirmou que a Rússia está pronta para abrir fogo em qualquer embarcação ou submarino que entrar em suas águas ilegalmente.

Essa decisão, no entanto, seria tomada somente pelo nível mais alto de comando do país, afirmou o militar, que não foi identificado.

No sábado, o governo da Rússia afirmou que suas forças marítimas perseguiram e expulsaram um submarino norte-americano que estava em águas russas no Oceano Pacífico. Os EUA negaram que estivessem fazendo operações militares em águas do território russo.

Veja também neste texto:

  • Chanceler russo sugere que Putin mantenha iniciativa diplomática por garantias de segurança
  • Olaf Scholz pede sinais de desescalada da crise
  • Alemanha envia militares para a Lituânia
  • Ucrânia pede reunião com a Rússia
  • Reino Unido pretende se esforçar mais em diplomacia
  • EUA reiteram que ataque pode ocorrer a qualquer momento
  • União Europeia está se preparando, mas não está claro se Rússia decidiu invadir Ucrânia

Chanceler russo sugere que Putin mantenha iniciativa diplomática por garantias de segurança

O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, sugeriu nesta segunda-feira ao presidente russo, Vladimir Putin, que Moscou mantenha o caminho diplomático em seus esforços para extrair garantias de segurança do Ocidente, à medida que as tensões sobre a Ucrânia aumentam.

Lavrov disse a Putin que os Estados Unidos haviam apresentado propostas concretas para reduzir os riscos militares, mas disse que as respostas da União Européia e da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não haviam sido satisfatórias.

As potências ocidentais temem que a Rússia possa estar pronta para invadir a Ucrânia, algo que Moscou tem repetidamente negado planejar fazer.

Olaf Scholz pede sinais de desescalada da crise
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, pediu à Rússia "sinais imediatos de de desescalada" na crise com a Ucrânia.

Scholz viaja a Kiev, capital da Ucrânia, nesta segunda-feira(14) e a Moscou na terça-feira.

"Esperamos de Moscou sinais imediatos de desescalada. Uma nova agressão militar teria duras consequências para a Rússia", afirmou ele no Twitter. Scholz classificou a situação como "muito, muito grave".

Alemanha envia militares para a Lituânia
Um avião com soldados chegou à Lituânia nesta segunda-feira. Esse é o primeiro grupo de militares enviado à região báltica.

Esses soldados vão reforçar as tropas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que já estão na área.

Entre os enviados, há tropas de reconhecimento, artilharia e médicos de diferentes unidades da Alemanha.

Ao longo da semana mais soldados devem chegar à Lituânia.

A Otan tem soldados no país, na Estônia, Polônia e Letônia desde 2017. Os militares estão lá como uma resposta à invasão russa da Crimeia, em 2014. No total, são 5.000 soldados, liderados por Alemanha, Canadá, Reino Unido e Estados Unidos.

Ucrânia pede reunião com a Rússia
A Ucrânia exigiu uma reunião urgentemente com a Rússia e os países da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), depois de acusar o governo russo de não compartilhar informações sobre seus grandes deslocamentos de tropas na fronteira ucraniana.

Em comunicado publicado na noite de domingo, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, afirmou que a Rússia ignorou uma exigência de Kiev sobre o Documento de Viena, um texto da OSCE que promove medidas de transparência entre as Forças Armadas dos 57 países membros da organização.

"Passamos à próxima etapa. A Ucrânia convoca uma reunião com a Rússia e todos os Estados membros (da OSCE) em 48 horas para discutir a intensificação e os deslocamentos de tropas russas ao longo de nossa fronteira e na Crimeia ocupada", anunciou Kuleba.

A Rússia "deve cumprir seus compromissos de transparência militar para reduzir as tensões e fortalecer a segurança de todos os Estados participantes", acrescentou.

Desde novembro, a Rússia concentrou mais de 100 mil soldados nas fronteiras da região leste ucraniana, o que gerou preocupação no Ocidente, que teme uma nova operação militar contra a Ucrânia após a anexação da Crimeia em 2014.

Reino Unido pretende se esforçar mais em diplomacia
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, fará um novo esforço diplomático esta semana para desativar a crise na fronteira da Ucrânia, informou seu gabinete no domingo (13).

O ministro da Defesa sugeriu que alguns países não estão adotando uma postura suficientemente forte com a Rússia.

Johnson terá conversas com outros líderes. Segundo comunicado de seu gabinete, ele está interessado em dialogar com os países nórdicos e bálticos.

"A crise na fronteira da Ucrânia chegou a um ponto crítico, a informação que temos sugere que a Rússia poderia estar planejando uma invasão da Ucrânia a qualquer momento. Isto teria consequências desastrosas tanto para a Ucrânia quanto para a Rússia", disse um porta-voz do primeiro-ministro em nota.

Johnson vai trabalhar com os aliados britânicos para tentar controlar a crise, acrescentou o porta-voz.

Horas antes, o ministro da Defesa, Ben Wallace, comentou em declarações ao jornal "The Sunday Times" que alguns países ocidentais não têm sido suficientemente duros com Moscou.

Além disso, afirmou que havia um "cheiro a Munique" nos esforços diplomáticos para tentar desescalar a crise, em alusão ao acordo que permitiu à Alemanha nazista anexar os Sudetos em 1938, mas fracassou em evitar a guerra.

Wallace tem previsto ir a Bruxelas para uma reunião de ministros da Defesa da Otan, que começará na quarta-feira para abordar a crise. Johnson, por sua vez, planeja viajar à União Europeia no fim da semana.

Há duas semanas, o premier visitou Kiev para demonstrar seu apoio à Ucrânia.

Johnson passa por um momento delicado na política interna do Reino Unido, membros de seu próprio partido pedem sua demissão pelo escândalo "partygate" (ele fez uma festa durante o período de restrições pela Covid-19).

Johnson deve responder esta semana a um inquérito da polícia, que investiga acusações de que algumas festas realizadas em seu gabinete em Downing Street violaram as restrições sanitárias da Covid-19.

EUA reiteram que ataque pode ocorrer a qualquer momento
Os Estados Unidos reiteraram no domingo que uma invasão russa da Ucrânia seria iminente, após Moscou concentrar mais de 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia e ter realizado manobras no Mar Negro e em Belarus.

A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas pede o fim da expansão da Otan para o leste e que a Ucrânia não seja admitida na Aliança Atlântica, o que os países ocidentais rejeitam.

União Europeia está se preparando, mas não está claro se Rússia decidiu invadir Ucrânia
A União Européia está preparando respostas variadas dependendo do que a Rússia possa fazer para desestabilizar ainda mais a Ucrânia, disse uma autoridade do bloco nesta segunda-feira, enfatizando que a União Europeia não sabe se o que Moscou decidiu fazer, ou se estava apenas blefando.

O funcionário disse que as conversações dos Estados Unidos com a Rússia não estavam "rendendo muito", mas que o diálogo com o presidente russo, Vladimir Putin, ainda está aberto através dos líderes da Alemanha e da França.

A autoridade, que falou sob condição de anonimato, disse que, quanto mais duras forem as sanções impostas pela União Europeia contra a Rússia no caso de uma invasão militar, maior seria o golpe contra o bloco caso Moscou decida retaliar.

France Presse
Portal Santo André em Foco

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