Setembro 30, 2024

EUA alertam pilotos sobre tiros contra aviões em um dos principais aeroportos da África

Os Estados Unidos estão alertando a pilotos que aviões que operam em um dos aeroportos mais movimentados da África podem ser "direta ou indiretamente expostos a disparos de armas a partir do solo e/ou disparos terra-ar".

O aviso foi feito pela FAA (Federal Aviation Administration, equivalente à Anac no Brasil) porque a guerra civil na Etiópia se aproxima da capital Adis Abeba, onde fica o Aeroporto Internacional Bole, um dos principais do continente.

O parecer da FAA divulgado na quarta-feira (17) cita os "confrontos contínuos" entre as forças etíopes e os combatentes da região de Tigré, no norte do país, que já mataram milhares de pessoas em um ano de guerra.

Nesta semana, o governo dos EUA também aconselhou seus cidadãos que estão na Etiópia a "irem embora agora". Na semana passada, a Ministra do Reino Unido para África, Vicky Ford, disse que a Grã-Bretanha desaconselha todas as viagens ao país (exceto para partidas e conexões).

Importância de Adis Abeba
O aeroporto internacional de Adis Abeba é o hub internacional da Ethiopian Airlines, companhia aérea estatal que é um símbolo do antigo status do país, que até o início da guerra era uma das economias que mais crescia no mundo.

A companhia aérea tornou-se nos últimos anos a maior e mais bem administrada da África, transformando Adis Abeba na porta de entrada para o continente. A capital etíope é também a capital diplomática do continente como sede da União Africana.

A Ethiopian Airlines foi uma das companhias aéreas que sofreu com a queda de um Boeing 737 Max. A queda da aeronave em março de 2019, logo após a decolagem em Addis Abeba, matou 157 pessoas, meses após um modelo semelhante cair na Indonésia e deixar 189 mortos.

A FAA ressalta que ainda não registrou relatos de interrupções no Aeroporto Internacional Bole nem "nenhuma indicação de intenção de ameaçar a aviação civil", mas diz que o risco de aproximação e embarque de aviões pode aumentar se os combatentes de Tigré cercarem a capital.

Os rebeldes "provavelmente possuem uma variedade de armas com capacidade antiaérea, incluindo granadas propelidas por foguete, armas antitanque, artilharia antiaérea de baixo calibre e sistemas de defesa aérea portáteis", que podem alcançar até 25 mil pés acima do solo (7,6 km), segundo a FAA.

A guerra na Etiópia
As forças de Tigré dominaram por muitos anos o governo nacional, até que e o atual primeiro-ministro, Abiy Ahmed, assumiu o cargo em 2018. O premiê ganhou o prêmio Nobel da Paz em 2019.

Nas últimas semanas, as forças de Trigré se juntaram a outro grupo armado, o Exército de Libertação Oromo, e outros oito sete grupos rebeldes com o objetivo de pressionar Ahmed a renunciar.

As forças de Tigré também estão pressionando o governo da Etiópia a suspender um bloqueio de meses na região, que inclui uma restrição do governo etíope a voos.

Nenhum alimento, remédio ou outra ajuda humanitária entra na região, que tem cerca de 6 milhões de habitantes, há mais de um mês, desde que os militares retomaram os ataques aéreos.

Tentativa de acordo
Um enviado da União Africana, o ex-presidente nigeriano Olesegun Obasanjo, e um dos EUA, Jeffrey Feltman, seguem tentando que os dois lados do conflito concordem com um cessar-fogo e negociem um acordo.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Etiópia, Dina Mufti, disse a repórteres nesta quinta-feira (18) que tanto Obasanjo quanto Feltman estão na Etiópia, mas não deu mais detalhes sobre as negociações.

Associated Press
Portal Santo André em Foco

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