Uma nova onda de calor chegou ao oeste dos Estados Unidos e do Canadá no domingo (11). Em consequência, estradas foram fechadas, o tráfego ferroviário foi limitado e há ordens para que famílias se retirem de suas casas.
No Canadá, onde os incêndios florestais continuam a se espalhar com mais 50 focos nos últimos dois dias, o governo anunciou novas medidas emergenciais para prevenir o fogo.
O termômetro subiu em grande parte da costa do Pacífico e no interior. A região entre o mar e a cadeia das Montanhas Rochosas é a mais atingida.
"Uma onda de calor perigosa afetará grande parte do oeste dos Estados Unidos, com temperaturas provavelmente recordes", disse o Serviço Meteorológico Nacional (NWS) no domingo. Meteorologistas canadenses preveem máximas próximas a 32ºC em partes do oeste do país, bem acima dos padrões sazonais.
De acordo com o NWS, na cidade de Las Vegas a temperatura chegou a 47,2ºC, uma marca que havia sido registrada pela primeira vez em 1942 e voltou a se repetir três vezes desde 2005. Os meteorologistas emitiram um boletim de alerta para a área metropolitana da cidade, bem como vários outros centros urbanos, incluindo Phoenix e San José, no Vale do Silício.
"Mais de 30 milhões de pessoas permanecem sob alerta de calor extremo ou alerta de calor", disse o NWS no sábado. As perigosas altas temperaturas e secas devem continuar.
Essa é a segunda onda de calor em menos de um mês. No final de junho, houve altas temperaturas recordes por três dias consecutivos na província canadense da Columbia Britânica. Lá, o recorde histórico de altas temperaturas foi quebrado por três dias consecutivos.
Fechamento de estradas
No domingo, o ministro canadense dos Transportes, Omar Alghabra, anunciou novas medidas de emergência para evitar incêndios florestais na região, incluindo a desaceleração e limitação do tráfego ferroviário.
"As condições climáticas sem precedentes na Columbia Britânica continuam representando uma séria ameaça para a segurança pública e as operações ferroviárias", disse o ministro em nova divulgada ontem.
Um decreto ministerial no Canadá anunciou "medidas de segurança preventivas contra os incêndios florestais", incluindo a redução da velocidade dos trens quando a temperatura superar os 30°C e o nível de perigo de incêndio para a área for "extremo".
Além disso, até 31 de outubro nenhuma locomotiva vai operar nestas áreas, a menos que tenha sido inspecionada nos 15 dias anteriores, para garantir que "os sistemas de escape estejam livres de materiais combustíveis".
Os trens são uma das causas comuns de incêndios florestais, geralmente devido à falta de manutenção de seus dispositivos anticentelhas.
Várias estradas e rodovias na área da Colúmbia Britânica foram fechadas, porque o governo classificou o risco de incêndio florestal como "extremo". Várias cidades e vilas seguem sob ordens de evacuação.
O governo canadense enviou investigadores à cidade de Lytton para verificar se a passagem de um trem de carga poderia ter causado o incêndio que destruiu 90% da cidade no final de junho.
Na manhã de domingo, o número de incêndios florestais na Columbia Britânica continuou a aumentar, chegando a 298, de acordo com as autoridades.
Junho mais quente da América do Norte
O mês passado foi o junho mais quente já registrado na América do Norte, de acordo com dados divulgados pelo serviço de monitoramento do clima da União Europeia.
Até agora, a atividade humana causou um aumento da temperatura global de cerca de 1,1ºC, o que resultou em tempestades mais destrutivas, ondas de calor mais intensas, secas e aumento de incêndios florestais.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e com o Serviço Meteorológico Britânico, há 40% de chance de que a temperatura média global anual ultrapasse temporariamente 1,5°C acima das temperaturas pré-industriais nos próximos cinco anos.
Os últimos seis anos até 2020 são mais quentes já registrados.
France Presse
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