O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (8) que vai retirar de vez os soldados e encerrar a missão militar no Afeganistão em 31 de agosto, após quase 20 anos de guerra.
Uma vez que os combates em solo afegão continuam e que tanto o governo do país asiático quanto o Talibã seguem se enfrentando enquanto não chegam a um cessar-fogo, os EUA consideram a Guerra do Afeganistão como a mais longa em que tiveram envolvimento.
"Não fomos ao Afeganistão para construir uma nação. Líderes afegãos têm que se unir e conduzir o país rumo a um futuro", disse Biden em discurso na Casa Branca.
A retirada já vinha acontecendo progressivamente há meses e era uma das promessas de campanha do ex-presidente Donald Trump que Biden deu continuidade após assumir o cargo, em janeiro. Opositores da medida temem um ressurgimento do grupo terrorista Talibã, que poderia voltar a dominar o Afeganistão — como ocorria na época dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Biden, no entanto, sustenta que a guerra no Afeganistão é uma "guerra invencível", sem uma solução militar. "Quantos mais milhares de filhos e filhas americanos vocês querem colocar em risco?", indagou o presidente.
"Não vou mandar outra geração de americanos para a guerra no Afeganistão sem nenhuma expectativa razoável de se chegar a um resultado diferente", reforçou Biden.
'Mais longa guerra da história dos EUA'
Os EUA atacaram o Afeganistão e depois o Iraque após o atentado de 11 de setembro de 2001, quando terroristas derrubaram as Torres Gêmeas do World Trade Center, atingiram o Pentágono com um avião e derrubaram uma aeronave na Pensilvânia.
As forças armadas dos EUA invadiram o Afeganistão em 7 de outubro, menos de um mês após o ataque terrorista.
Na época, o grupo radical islâmico Talibã era liderado por Mohammed Omar e controlava 90% do país, embora não fosse reconhecido como governo pela ONU.
O então presidente americano George W. Bush ordenou a invasão após o Talibã se recusar a entregar Osama bin Laden, arquiteto do atentado às Torres Gêmeas.
Bin Laden foi morto apenas em 2011, em uma operação americana no Paquistão, já no governo do ex-presidente americano de Barack Obama.
Segundo a ONU, mais de 100 mil civis foram mortos ou feridos no conflito apenas na última década.
Desde o início da guerra, os EUA gastaram cerca de US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5,7 trilhões) em despesas militares no Afeganistão.
G1
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