Setembro 30, 2024

Putin aprova lei que abre caminho para excluir opositores das eleições

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aprovou nesta sexta-feira (4) uma lei que deve dificultar a participação de opositores nas eleições legislativas marcadas para setembro.

Isso porque, com a nova regra, membros de "organizações extremistas" não poderão concorrer – o que impediria, por exemplo, a participação de aliados do opositor preso Alexei Navalny.

A medida foi condenada pela oposição ao governo de Putin, que a considerou como uma tentativa de silenciamento. A lei já havia passado pela Câmara russa e foi confirmada, na quarta (2), pelo Senado.

Contra Navalny e apoiadores
A medida aprovada nesta sexta deve atingir diretamente a rede de apoiadores do principal opositor ao presidente Putin, Alexei Navalny, já considerada "extremista" por uma das agências federais russas.

Além disso, a Promotoria do país alegou à Justiça que a rede coordenada por Navalny tenta desestabilizar a situação social da Rússia.

A equipe do ativista preso questionou a decisão e disse que o Kremlin tenta neutralizar seu movimento e de silenciá-lo antes das eleições de 19 de setembro – enquanto o partido de Putin vem perdendo sua popularidade.

O Rússia Unida tem caído nas pesquisas de intenção de voto por conta de uma situação financeira complicada e diversos escândalos de corrupção.

Prisões de opositores
A pressão contra as vozes críticas aumentou nos últimos dias entre os adeptos de Navalny, preso desde janeiro e com a perspectiva de ter que passar dois anos na prisão.

Vários críticos do poder russo foram alvos de operações policiais nos últimos dias e um deles, Andrei Pivovarov, que dirigia a organização Rússia Aberta – ligada ao oligarca no exílio Mikhail Khodorkovsky –, foi detido e colocado sob custódia por dois meses.

Alexei Navalny foi preso ao retornar à Rússia em janeiro, após meses de convalescença devido a um envenenamento atribuído por ele ao Kremlin.

O opositor foi então condenado a dois anos e meio de prisão em um caso que data de 2014, e que ele denuncia como político.

Ele fez uma greve de fome de 24 dias em abril para denunciar suas condições de detenção em uma colônia penal.

O adversário, que completa 45 anos nesta sexta-feira, disse em mensagem postada no Instagram que agradece "sinceramente a todas as pessoas que me cercam e me apoiam".

G1
Portal Santo André em Foco

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