Roland Carreño, um colaborador de Juan Guaidó, o líder parlamentar da Venezuela, foi preso por agentes de segurança, anunciou na terça-feira (27) o governo de Nicolás Maduro.

Carreño e outros dois opositores sofreram "um desaparecimento forçado", havia denunciado Guaidó.

Liberdade dos colegas
Após ser confirmada a prisão de Carreño, foram libertados os dois opositores que o acompanhavam, informou o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP).

O ministro de Comunicações e Informação, Freddy Ñáñez, afirmou que Carreño "confessou sua participação em crimes contra a ordem constitucional para alterar a paz na república", sem dar detalhes.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, informou que investigações preliminares ligam Carreño "à entrega de armas de guerra e dinheiro em espécie a determinados sujeitos para promover ações violentas" no país. Segundo Saab, a polícia prendeu Carreño com "US$ 12 mil em espécie e um fuzil".

Busca na casa de Carreño
O partido Vontade Popular, liderado por Leopoldo López e de cujas fileiras emergiu Guaidó, denunciou que "mais de 20 funcionários vasculham a residência" de Carreño, que é coordenador operacional da organização. Autoridades não se pronunciaram sobre esse procedimento.

Mais cedo, o Colégio Nacional de Jornalistas (CNP) afirmou que Carreño, jornalista, encontrava-se preso na sede do Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano (Sebin), no edifício Helicoide, em Caracas.

Quase um dia sem notícias
O governo Maduro confirmou a prisão de Carreño, mais de 22 horas após a equipe de Guaidó denunciar os três desaparecimentos.

Os Estados Unidos, principal aliado internacional de Guaidó, condenaram o "desaparecimento forçado" de Carreño. Trata-se "da última tentativa de Maduro de deter arbitrariamente cidadãos para silenciá-los e infundir medo", tuitou o chefe da diplomacia americana para a América Latina, Michael Kozak.

Prisão pós fuga de López
A prisão ocorreu após a saída da Venezuela de um outro dirigente da oposição, Leopoldo López.

López fugiu no sábado depois de 18 meses na residência do embaixador da Espanha em Caracas.

Condenado a quase 14 anos de prisão em 2015 - acusado de incitar à violência em protestos contra o governo Maduro que deixaram 43 mortos e cerca de 3.000 feridos em 2014 - López recebeu autorização para ir para a prisão domiciliar em 2017.

Em 30 de abril de 2019, o opositor foi libertado e participou de um levante militar fracassado contra Maduro no mesmo dia, apoiado por Guaidó. Após o fracasso da iniciativa, López se refugiou na casa do embaixador espanhol.

Durante uma coletiva de imprensa em Madri, nesta terça-feira, López denunciou que "nas últimas horas pessoas muito próximas" a ele "desapareceram por causa da ditadura".

France Presse
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