Outubro 03, 2024

Anos após tragédia, Itália inaugura nova ponte em Gênova

A Itália inaugura nesta segunda-feira (3) em Gênova a ponte San Giorgio, construída para substituir ponte Morandi. O colapso da antiga estrutura provocou a morte de 43 pessoas em agosto de 2018.

Nesta noite, aviões deixarão um rastro com as cores da bandeira italiana ao passar pela moderna estrutura. A cerimônia oficial terá a presença do presidente italiano, Sergio Mattarella. O nome das vítimas da tragédia serão lidos. A festa, no entanto, é alvo de críticas dos familiares das vítimas, que terão um encontro privado com Mattarella.

A nova ponte foi projetada pelo célebre arquiteto Renzo Piano, nascido em Gênova, autor do Centro Pompidou e do novo Palácio de Justiça de Paris, assim como da Torre The Shard, em Londres.

Inspirada na história da cidade portuária, a ponte tem a forma de um casco de navio e com 1.067 metros de comprimento. Ela é branca e aerodinâmica. Será iluminada por 43 luzes com a forma de velas de um barco, em homenagem às vítimas.

A obra foi feita por um consórcio criado pelas empresas Fincantieri e Webuild e a fatura total de mais de € 220 milhões foi arcada pela Autostrade per l'Italia, gestora da ponte.

O seu último trecho foi concluído em abril ainda em pleno confinamento pelo vírus, que matou quase 27 mil pessoas no país. Porém, ainda precisava ser pavimentada, passar por testes de resistência e ter painéis solares instalados.

A ponte será aberta à circulação de veículos em 5 de agosto.

Tragédia
Em 14 de agosto de 2018, a ponte Morandi, por onde passava a rodovia A10, ligando cidades no Norte da Itália ao Sul da França, desabou e sepultou dezenas de veículos em uma área bastante habitada da cidade portuária. Entre as 43 vítimas, estavam quatro crianças. A tragédia ocorreu pela manhã durante uma forte chuva que atingia a região.

Inaugurada em 1967, a ponte apresentou por muito tempo sérios problemas estruturais, que implicavam trabalhos de manutenção caros.

Os familiares das vítimas travam uma batalha legal com a empresa encarregada da manutenção da estrutura - uma subsidiária do grupo Atlantia, de propriedade da família Benetton, a maior concessionária de autoestradas na Itália. Eles a acusam de negligência.

Impacto econômico
As autoridades tinham pressa em inaugurar a obra, pois além da tragédia humana a queda da estrutura teve um impacto direto na economia da região.

Anualmente, cerca de 70 milhões de toneladas de mercadorias eram transportadas passando pela ponte e 1,3 milhões de viajantes transitavam pela cidade portuária, que fez do comércio sua principal riqueza.

Em 20 meses de fechamento da rota, 134 empresas tiveram que suspender suas atividades e a interrupção do transporte de mercadorias resultou em um prejuízo de € 6 milhões por dia, de acordo com a Rádio França Internacional (RFI).

G1
Portal Santo André em Foco

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