Outubro 03, 2024

Rússia e Turquia anunciam cessar-fogo após confrontos no norte da Síria

A Rússia e a Turquia assinaram nesta quinta-feira (5) um acordo de cessar-fogo após o aumento da tensão entre os dois países gerada pelos recentes confrontos na província de Idlib, no norte da Síria. A medida passa a valer a partir da 0h desta sexta (horário local, 18h de quinta em Brasília).

Recentemente, militares turcos entraram em confronto com tropas sírias apoiadas pelo governo russo em Idlib. O regime de Bashar al-Assad na Síria tenta retomar o controle da província, um dos últimos redutos de milícias opositoras apoiadas pela Turquia. O confronto gerou uma crise migratória nas fronteiras com a Europa (leia mais no fim da reportagem).

Os presidentes de Rússia e Turquia, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, fizeram uma reunião que durou mais de seis horas. Ao fim, ambos anunciaram a trégua.

Além do cessar-fogo, ambos os presidentes também concordaram em estabelecer um corredor de segurança de 12 quilômetros ao longo de uma rodovia no norte da Síria. A região passará a ser patrulhada por militares russos e turcos a partir de 15 de março.

Entenda a crise no norte da Síria
Desde o início da Guerra Civil na Síria, a Turquia se colocou ao lado de grupos rebeldes ao governo de Bashar al-Assad — que, por sua vez, tem o apoio da Rússia. Essas milícias controlavam a província de Idlib, mas as tropas do governo sírio avançaram sobre a área nas últimas semanas.

Tanto a Rússia como a Turquia querem evitar um confronto aberto, mas os interesses conflitantes na província de Idlib dificultam a negociação entre os dois lados.

A tensão aumentou depois que uma série de ataques atribuídos a militares pró-Assad mataram soldados turcos. A Turquia, então, revidou a ofensiva — o que aumentou o temor de uma guerra entre Moscou e Ancara. Havia ainda uma preocupação extra pelo fato de a Turquia integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o que poderia levar a uma escalada global do conflito.

Crise migratória na Europa
Em meio aos confrontos, Erdogan abriu as fronteiras do país para que milhares de migrantes atravessassem a Turquia rumo à Europa. Isso gerou uma crise nas entradas da Grécia e da Bulgária, com confrontos entre policiais europeus e os grupos de migrantes.

A medida de Erdogan foi interpretada por lideranças europeias como uma manobra para que a União Europeia apoiasse as ações turcas na Síria.

Josep Borrell, representante do bloco para assuntos internacionais, afirmou que o grupo europeu enviará 60 milhões de euros para as pessoas mais vulneráveis na região do norte da Síria, onde o conflito acontece.

G1
Portal Santo André em Foco

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