A partida desta noite do Fluminense contra o Cerro Porteño, em Assunção, capital do Paraguai, marcará um reencontro especial: Roger Machado e Arce. Técnicos dos times brasileiro e paraguaio, respectivamente, os dois foram campeões da Libertadores jogando juntos pelo Grêmio em 1995. Daqui a sete dias, após o jogo de volta, no Maracanã, apenas um manterá vivo o sonho de conquistar a competição também como treinador nesta temporada.
- Privilégio de estarmos em lados opostos depois de estarmos juntos em campo. Foi um dos grandes amigos que fiz, mas nas últimas semanas pouco fizemos contato (risos) - brincou Roger na coletiva após a vitória sobre o Sport no último fim de semana.
Os dois marcaram época e colecionaram títulos como laterais do Grêmio nos anos 1990. Roger, pela esquerda, e Arce, pela direita.
O paraguaio, hoje com 50 anos e quase irreconhecível ao torcedor brasileiro devido aos poucos cabelos, chegou ao clube gaúcho em 1995, aos 23 anos, vindo justamente do Cerro, clube onde foi formado e que hoje comanda.
Já Roger, quatro anos mais novo que o ex-companheiro de time, começou a competição com 19 anos e estava apenas em sua segunda temporada como profissional pelo Grêmio.
Ambos foram titulares absolutos naquela edição da Libertadores. Roger esteve em campo em todos os 14 jogos da histórica conquista gremista. Arce, por sua vez, só se ausentou de uma partida da fase de grupos contra o Palmeiras. Foi do paraguaio, inclusive, a cobrança de escanteio que resultou no gol de Paulo Nunes na vitória por 3 a 1 sobre o Atlético Nacional, no jogo de ida da grande decisão.
Juntos em campo, Roger e Arce têm ótimo retrospecto em Libertadores. Foram 27 partidas, 15 vitórias, quatro empates e oito derrotas. Um aproveitamento de 58%. Além do título continental de 1995, os dois conquistaram pelo Grêmio os campeonatos gaúchos de 1995 e 1996, o Brasileiro de 1996, a Recopa Sul-Americana de 1996 e a Copa do Brasil de 1997.
Arce deixou o Grêmio em 1998 e seguiu para o Palmeiras, onde ficou até 2002. Depois, passou por Gamba Osaka, do Japão, Libertad e 12 de Octubre, ambos do Paraguai, até pendurar as chuteiras.
Roger fez longa carreira no Grêmio, de 1994 a 2003. Em 2004 teve curtíssima passagem pelo Flamengo, também atuou no Japão, pelo Vissel Kobe, e voltou ao Brasil para defender o Fluminense por três temporadas, até encerrar a carreira como jogador.
Experiência como treinadores
Arce começou como auxiliar do Libertad em 2007 e fez seu primeiro trabalho em time principal no modesto Rubio Ñú, que levou da terceira para a primeira divisão paraguaia. Em 2011, chegou a assumir a seleção do Paraguai, mas foi demitido no ano seguinte após fraca campanha nas Eliminatórias. Nos anos seguintes, comandou Cerro, Olimpia e Guaraní, e teve nova passagem pela seleção em 2016, mas não resistiu até a Copa da Rússia.
Nos últimos anos, passou pelo pequeno General Díaz, aventurou-se no Ohod Club, da Arábia Saudita e voltou ao Paraguai para comandar o Nacional em 2019. Está à frente do Cerro desde 2020. Arce é tricampeão paraguaio como treinador: duas vezes pelo Cerro (2013 e 2020) e uma pelo Olimpia (2015).
Já Roger iniciou a carreira como auxiliar-técnico do Grêmio em 2010 e sua primeira equipe profissional foi o Juventude, em 2014. Depois comandou o Novo Hamburgo, outra vez Grêmio, o Atlético-MG e o Bahia, até chegar ao Fluminense nesta temporada. Como técnico, possui três títulos estaduais: um pelo Galo (2017) e dois pelo clube baiano (2019 e 2020).
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