Se fantasmas existem, eles não estiveram no Mineirão na noite desta terça-feira. Pelo menos não do lado brasileiro. No palco do 7 a 1, a Seleção foi eficiente, segurou a Argentina e venceu por 2 a 0, pela semifinal da Copa América. Se existe jejum incômodo, ele não esteve em Belo Horizonte. Pelo menos não com Gabriel Jesus. O camisa 9 despachou sua seca em jogos oficiais pela Seleção, fez um gol e deu uma assistência. Os fantasmas e a seca ficaram com Messi e companhia. Que seguem sem ganhar pela seleção albiceleste desde 1993. O Brasil, por sua vez, vai ao Maracanã, no próximo domingo, para tentar sua nona Copa América e espera por Chile ou Peru.
O Brasil retorna ao Maracanã depois de seis anos. A última vez da Seleção no maior palco do futebol brasileiro foi na final da Copa das Confederações de 2013, contra a Espanha, também o último título da Seleção. A decisão é às 17h, contra Chile ou Peru, que decidem a vaga nesta quarta-feira, em Porto Alegre. O time brasileiro tenta seu nono título da Copa América e retorna à decisão do torneio após 12 anos. A Argentina, por sua vez, disputa o terceiro lugar no sábado, às 16h, na Arena Corinthians.
OS 90 MINUTOS
Foi um jogo equilibrado. Foi um jogo disputado, com 31 faltas, sete cartões amarelos e váris discussões em campo. Mas a eficiência brasileira fez a diferença. A Argentina terminou a partida com 13 finalizações contra quatro da Seleção. Messi fez sua melhor partida na Copa América, mas esbarrou na defesa brasileira. Alisson também contou com a sorte e viu sua trave ser acertada duas vezes.
O Brasil, mesmo com 22 passes errados no jogo, contou com grande noite de Daniel Alves e Gabriel Jesus para construir sua vitória. O camisa 9 abriu o placar aos 18 do primeiro tempo, após ótima jogada do lateral. E foi o autor de uma monumental arrancada no lance do segundo gol, aos 25 do segundo tempo, ao dar o gol para Firmino. Scaloni arriscou. Terminou com Dybala, Di María, Agüero, Messi e Lautaro em campo. Mas não conseguiu passar pela melhor defesa do campeonato.
XÔ, SECA!
Ele precisava ganhar confiança. E como ganhou. Gabriel Jesus não marcava em um jogo por competição oficial pela Seleção há 724 minutos. Ou nove jogos, mais os 18 minutos da partida desta terça. A última vez havia sido na rodada final das eliminatórias, em 2017. Mas o camisa 9 não só despachou o jejum, como viveu grande noite. Fez linda jogada com uma arrancada do meio-campo no gol de Firmino. Mas deixou o campo com dores.
E O MELHOR DO MUNDO?
Messi teve sua melhor atuação na Copa América. Mas não foi suficiente. Foi quem mais finalizou em todo o jogo, quatro vezes. Colobou a bola na trave. Recebeu quatro faltas, infernizou a vida de Casemiro, mas vai se despede do torneio com apenas um gol. E ainda na seca, sem conquistar um título pela seleção principal da Argentina.
VEM MAIS UMA MULTA?
Novamente, parte da torcida brasileira teve a lamentável atitude de fazer gritos homofóbicos durante o tiro de meta. Os gritos de "bicha" foram ouvidos no primeiro tempo, quando Armani chutava a bola. A CBF foi multada em R$ 57 mil nesta Copa América por reação semelhante, na estreia do Brasil, contra a Bolívia. E pode ser punida novamente.
FALTOU O VAR?
Os argentinos deixaram o jogo reclamando bastante da arbitragem. O principal motivo da revolta do rival brasileiro foi o lance do segundo gol. Os jogadores, o técnico Lionel Scaloni e a imprensa argentina criticaram a falta de revisão no vídeo de um possível pênalti antes do contra-ataque puxado por Gabriel Jesus, que deu origem ao gol de Firmino. Foyth, inclusive, alega que ouviu um apito e por isso parou no lance.
NEYMAR NA TORCIDA!
Assim como nas quartas de final, contra o Paraguai, Neymar esteve no Mineirão e vibrou com a classificação do Brasil. Ele, e vários amigos, acompanharam a partida das tribunas do estádio. Antes do início do jogo, o atacante, que se recupera de lesão no tornozelo, se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro.
NÃO PASSA NADA!
O Brasil chega à decisão sem sofrer gols e pode ser campeão com a defesa invicta! E mais: a Seleção não sofre gols há sete jogos e pode completar o oitavo na decisão, uma marca histórica para a equipe. Foi o 41º jogo de Tite à frente do Brasil, o 32º sem sofrer gols. A equipe brasileira só foi vazada 10 vezes sob o comando do treinador.
Globo Esporte
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