Outubro 04, 2024

Evaristo Piza completa um ano no Botafogo-PB com o desafio de levar o clube para a Série B

O futebol brasileiro é uma verdadeira gangorra para os seus profissionais. Para o técnico que deseja se aventurar e se profissionalizar na praça canarinha, a estabilidade no cargo em um clube é quase que nula. Dessa forma, conseguir comemorar datas emblemáticas é bem difícil . Nesta quarta-feira, o técnico do Botafogo-PB, Evaristo Piza, chega a marca de 12 meses à frente da agremiação de João Pessoa. Foi um ano intenso, marcado por título estadual, final inédita na Copa do Nordeste e, mais do que isso, uma temporada marcada por um desempenho futebolístico regular, com um futebol que agradou ao torcedor. No entanto, o principal objetivo ainda segue, que é o de conquistar o acesso à Série B nacional.

O técnico Evaristo Piza comemora exatamente um ano da sua chegada ao Centro de Treinamento da Maravilha do Contorno para comandar o Botafogo-PB. Anunciado um dia antes, foi na data em que se celebra o Dia dos Namorados que ele iniciou o seu relacionamento com o Alvinegro da Estrela Vermelha.

Esta primeira era do paulista de 46 anos foi repleta de muitos pontos altos, como a conquista do tricampeonato do Belo e a disputa inédita pelo título da Copa do Nordeste. Entretanto, é impossível não lembrar da fatídica partida contra o Botafogo-SP, em que o time paraibano deixou escapar o acesso à Série B no ‘apagar das luzes’.

Com uma nova oportunidade sendo construída na atual temporada, o comandante espera que este ano o Botafogo-PB consiga o tão sonhado feito, elevando o clube ao patamar que o torcedor tanto sonha.

A chegada

O cenário era de muita desconfiança na Paraíba, afinal os técnicos que passaram pelo Belo nos últimos tempos eram figuras conhecidas da torcida, da imprensa e do futebol estadual. Evaristo Piza foi apresentado e uma das primeiras perguntas foi relacionada a como ele pensava em desenvolver o seu trabalho, sem ao menos ter atuado no futebol do Nordeste?

Na ocasião em que foi apresentado, ao seu lado estavam o então diretor executivo de futebol Francisco Sales, além dos seus companheiros de trabalho, o auxiliar técnico Tiago Carpini e o preparador físico Cláudio Creato. Evaristo chegou a ser comparado à época com treinadores de renome nacional como Maurício Barbieri (ex-Flamengo) e Rogério Ceni (à época, no São Paulo).

- Tudo que é novo nos causa desconfiança e eu entendo perfeitamente. Sempre procurei superar isso mostrando trabalho, traçando planos, dando o melhor de mim, mas também pedindo o melhor de cada um que faz parte desse grupo – comentou.

Já na sua estreia, um empate diante do Salgueiro em 0 a 0, após Ramiro Souza passar a ‘batuta’ para as suas mãos.

Aposta para 2019

Alguns técnicos chegam no meio/fim da temporada apenas para terminar a jornada que já está posta, mas com Evaristo foi diferente. A diretoria do Belo apostou e resolveu permanecer com o treinador para o ano seguinte, tanto que ainda em agosto de 2018, o clube brincou com o ‘Dia do Fico’ de Dom Pedro I para anunciar a permanência de Piza.

Na pré-temporada, o Alvinegro da Estrela Vermelha fez quatro testes e isso fez com que a comissão técnica pudesse entrar confiante para as disputas que se anunciavam.

A conquista do Tri

Após dois anos consecutivos como campeão estadual, um dos maiores desejos do torcedor botafoguense era que o time pudesse conquistar mais um título para se distanciar dos arquirrivais Campinense e Treze.

E desde o início da competição, o Botafogo-PB liderou com folga o seu grupo. Em 10 rodadas, a campanha na Chave A foi de ponta a ponta, com oito vitórias, duas derrotas quando escalou o time reserva, 17 gols marcados e apenas cinco sofridos.

Mas toda essa campanha precisava ser provada na fase de mata-mata, o primeiro desafio na semifinal foi contra o Nacional de Patos, que havia ficado em segundo lugar no grupo do próprio Belo. Diante do Canário do Sertão, os comandados de Evaristo Piza conseguiram se impor, venceram dentro e fora de casa, chegaram a final com a melhor campanha e muito favorito ao título.

Na decisão, o duelo foi contra o Campinense, comandado por Francisco Diá. Era a reedição da finalíssima do ano passado, com direito a encarar o treinador adversário, que despachou o Belo nos Paraibanos de 2015 e 2016.

Assim como na semifinal, o Botafogo-PB fez duas boas partidas finais, vencendo a Raposa fora de casa por 2 a 1 e dentro de casa por 2 a 0. O tricampeonato estadual veio com muita justiça, numa campanha irretocável.

Feito inédito na Copa do Nordeste

Se o Campeonato Paraibano era um obrigação, já que o Botafogo-PB possuía o elenco mais caro do estado, a Copa do Nordeste era sim um desafio muito mais complicado. Afinal, desde que a competição voltou a ser disputada, no início da década, o Belo jamais havia conseguido desempenhar um grande futebol, ficando marcado por campanhas bem abaixo da meta.

Evaristo Piza sabia disso e montou um estilo de jogo semelhante ao do Campeonato Paraibano para encarar os pesados adversários da Copa do Nordeste. Na primeira fase, o Belo fez, ao lado do Ceará, a melhor campanha da competição, 18 pontos, cinco vitórias e três empates, com direito a triunfos sobre Vitória, Fortaleza e Sampaio Corrêa. Foi com números expressivos que Marcos Aurélio, Clayton e companhia chegaram ao mata-mata.

Nas quartas de final, o adversário foi o CSA, recém-promovido ao primeiro escalão do futebol nacional. Mas no Estádio Almeidão, quem deu as cartas foi o Alvinegro, com uma atuação de autoridade, vitória por 3 a 1 que garantiu o Belo na semifinal, algo que não acontecia desde o fim da década de 1990.

O adversário da semifinal foi o Náutico, também em João Pessoa, no Almeidão. O duelo contra o Timbu, que pertence a mesma divisão do Botafogo-PB, foi ainda mais difícil. Uma partida daquelas de tirar o fôlego, com os comandados de Piza abrindo o placar, sofrendo o empate, desperdiçando um pênalti. Porém, o gol decisivo veio nos minutos finais, com Juninho, de cabeça.

A decisão foi contra o Fortaleza, de Rogério Ceni, naquela partida considerada a mais complicada do Botafogo-PB de Evaristo Piza nesta temporada. Nas partidas de ida e volta, porém, o Belo não conseguiu repetir as atuações da primeira fase, nem a competitividade que teve diante de Náutico e CSA, estava irreconhecível. E num confronto diante do Tricolor do Pici, atual campeão do Brasileirão da Série B, não se pode falhar. As vitórias cearenses foi por 1 a 0 na Arena Castelão e o mesmo placar no Almeidão.

O vice-campeonato da Copa do Nordeste foi a melhor campanha da história do clube na competição. O título deixou o torcedor no gostinho de uma conquista inédita, mas o sonho foi adiado para uma próxima. Por sinal, o Botafogo-PB, assim como nesta temporada, vai ser o único representante da Paraíba na fase de grupos do Nordestão de 2020.

O sonhado acesso

Com a queda na Copa do Nordeste, agora o Botafogo-PB tem somente a Série C do Campeonato Brasileiro, que é o principal objetivo do clube na temporada. Até aqui, Piza ainda busca uma formação ideal, com a equipe ainda passando por mudanças, contratações e saídas. Foram sete rodadas disputadas, com o Belo na terceira posição do Grupo A, com 12 pontos, três vitórias, três empates e uma derrota.

O desempenho ainda não tem sido aquele que foi protagonizado durante o primeiro semestre da temporada. No entanto, o Belo segue forte, brigando no G-4, lutando pelo grande objetivo da década até então, que é o tão sonhado acesso à Série B do Campeonato Brasileiro.

No aniversário de um ano de Piza e sua comissão técnica à frente do Botafogo-PB, o desejo é repetir a regularidade apresentada até aqui. Com um futebol vistoso, que reflete em grandes resultados, mas ainda projeta voos mais altos.

Globo Esporte
Portal Santo André em Foco

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