Outubro 01, 2024

Zico recorda seu último gol pela Seleção e diz que não devia ter ido à Copa: "Acabei sofrendo muito"

Naquele 30 de abril de 1986, Zico entrava em campo no Arruda para um jogo que marcaria sua carreira. Num amistoso contra a Iugoslávia, o Galinho faria três gols (assista no vídeo acima), incluindo seu último com a camisa da seleção brasileira (em grande estilo), e carimbava seu passaporte para a Copa do Mundo do México após voltar de grave lesão no joelho.

- Foi um jogo especial porque foi quando fiz meu último gol pela seleção brasileira. Joguei depois, ainda, mas não fiz mais gols. Foi uma partida importante, contra um grande time, a Iugoslávia, uma das melhores da Europa - disse Zico, sobre aquele jogo há exatos 34 anos.

"É até muito engraçado porque eu fiz um gol de calcanhar e fiz outro driblando o goleiro. Por conta desse segundo, apagou o que fiz de calcanhar. Dava a impressão de ter sido um gol normal".

A Copa
Aquela partida, de festa no Recife, animou a torcida brasileira: Zico estaria pronto para defender a Seleção na Copa. Só que uma semana depois, em amistoso contra o Chile em Curitiba, o Galinho voltaria a sentir o joelho. Resultado: ele chegou ao México como reserva, sem as condições físicas adequadas, e o Brasil seria eliminado pela França, nas quartas de final, com um pênalti perdido por seu camisa 10.

- Depois, teve o jogo contra o Chile, fui dominar uma bola, me desequilibrei, o joelho torceu e inchou. Quando voltamos para São Paulo, pedi para não ir à Copa, para ficar no Brasil. Acabou que fui para o México, a gente fez tudo que era possível, mas acabou não dando certo - disse, antes de completar.

"Não obedeci o que meu coração mandou, que era não participar daquela Copa do Mundo. Acabei sofrendo muito, e a grande marca que tenho na minha carreira foi aquela Copa do Mundo, que eu não deveria ter participado".

A lesão
Isso tudo consequência de uma entrada que ele sofreu de Marcio Nunes, do Bangu, em agosto do ano anterior. Por conta dos problemas físicos, ele, que ficara quase um ano sem defender a Seleção (até aquele amistoso contra a Iugoslávia, no qual foi titular) começou no banco em todos os jogos no Mundial do México.

- Fisicamente, eu não tinha problema algum. O problema só que eu tinha essa instabilidade no joelho e sabia que tinha que fazer a cirurgia. Se eu fizesse a cirurgia, não teria como participar da Copa. Pedi algumas vezes para que acontecesse aquilo (cirurgia), mas disseram que era importante que eu continuasse com a Seleção. Eu fazia a musculação, atendia todas as recomendações da preparação física do departamento médico.

O gol
No amistoso contra a Iugoslávia em si, ele fez gol de calcanhar, de pênalti e um que deixou os mais de 50 mil torcedores no Arruda incrédulos. Ele dominou a bola na entrada da área e partiu para cima da marcação. Com a genialidade que lhe era peculiar, conduziu a bola com extrema elegância, deixou zagueiro e goleiro iugoslavos no chão. Podia ter entrado com bola e tudo no gol, mas foi respeitoso e, com o pé esquerdo, rolou a bola para o fundo da rede. Foi abraçado, agarrado, reverenciado... e colocou esse gol num patamar especial.

"Mas o jogo teve um gosto especial, sem dúvida, por um dos gols mais bonitos que fiz na Seleção, e na minha carreira, ter sido com a camisa do Brasil".

Globo Esporte
Portal Santo André em Foco

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