O Ministério das Relações Exteriores confirmou nesta terça-feira (22) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajará em maio para a Rússia e para a China.
Em março, após compromissos no Japão e no Vietnã, o próprio presidente já havia dito que deveria fazer as duas viagens em maio para discutir, entre outros pontos, a guerra na Ucrânia. (mais detalhes abaixo)
As viagens fazem parte de uma série de compromissos internacionais previstos na agenda do presidente Lula para os próximos meses deste ano, que também inclui encontros do G7 (Canadá), do Mercosul (Argentina) e da Assembleia Geral das Nações Unidas (EUA).
Segundo o Itamaraty, a agenda será dividida da seguinte maneira:
Segunda Guerra Mundial e Celac
Conforme os comunicados divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores, na Rússia, o presidente participará, por exemplo, da cerimônia do 80º aniversário do Dia da Vitória, data que marca a derrota das tropas nazistas de Adolf Hitler, em 1945.
Na China, está prevista a participação de Lula no encontro entre representantes de países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com o presidente chinês Xi Jinping.
A China tenta ampliar a influência política e econômica sobre a América Latina, fechando acordos comerciais e financiando obras de infraestrutura, a exemplo do porto de Chancay, no Peru.
No contexto do "tarifaço" promovido pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos importados vendidos no mercado americano, o encontro na China tem potencial, segundo analistas, de ampliar as relações comerciais dos países da América Latina com a China, fazendo frente a eventuais perdas de exportações para os EUA.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil, e o governo brasileiro entende que pode ampliar essa relação. Levantamento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) mostra que o país pode exportar mais 400 produtos para a China.
O estudo foi divulgado num contexto em que a Apex levantou quais produtos podem ser exportados para os países do Brics e que teriam interesse desses países.
"A nova política tarifária do governo Trump nos EUA pode levar a uma maior aproximação comercial do Brasil com os países do grupo", afirma a Apex.
Guerra na Ucrânia
O próprio Lula já disse que quer aproveitar a viagem à Rússia e à China para discutir a guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022 com a invasão ao país vizinho pelas tropas do presidente russo, Vladimir Putin.
O presidente brasileiro é um dos defensores de uma mesa de negociação entre Rússia e Ucrânia para um acordo de paz.
A proposta de mediação tem sido levada e apresentada por Lula em diversas oportunidades e encontros internacionais. Ao lado do Brasil, a China também defende uma negociação entre os países com a participação de outros atores internacionais.
Em janeiro, o presidente Lula conversou com Putin por telefone. Na agenda, segundo o Palácio do Planalto, Putin teria "demonstrado interesse" na criação de um grupo de países para ajudar a mediar uma solução para o conflito.
À imprensa, o petista afirmou em março que o fim do confronto entre russos e ucranianos é um "desejo" do Brasil. Ele também defendeu que, para isso, é preciso colocar Putin e Zelensky "em torno de uma mesa".
g1
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