O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa neste sábado (22) de ato em celebração aos 45 anos do PT, no Pier Mauá, no centro do Rio de Janeiro (RJ). A ida dele à comemoração ocorre em meio à alta do preço dos alimentos, à queda da popularidade do presidente e à pressão de grupos políticos por uma reforma ministerial. Os eventos do aniversário do partido começaram nessa sexta (21), com palestras, exposições e atividades culturais. Além de Lula, no sábado, estão previstas exposições, sarau e shows. A participação do presidente está prevista para às 10h.
Em falas recentes, Lula desconversou sobre eventuais trocas na Esplanada dos Ministérios e criticou as pesquisas de avaliação do governo e o custo elevado da comida — embora o Executivo não tenha apresentado, até o momento, nenhuma proposta de solução para a alta dos preços.
Eventuais mudanças nos ministérios
Na quarta (19), Lula disse estar “muito contente” com os integrantes do governo federal neste momento do mandato e que vai fazer uma eventual reforma ministerial “quando quiser”. Possíveis mudanças na Esplanada são especuladas desde o fim do ano passado.
As modificações têm sido cogitadas para aumentar a governabilidade no Congresso Nacional e aperfeiçoar a comunicação das ações do Executivo, área criticada publicamente por Lula. Para alterar o rumo da divulgação do governo, o petista trocou o comando da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), logo no início do ano.
“Da mesma forma que convidei, eu tiro na hora que quiser. É simples assim. Sem nenhum problema. Mudar ou não mudar o governo é uma coisa que pertence muito e intimamente ao presidente da República. Estou contente com governo, muito contente, acho que todo mundo cumpriu à risca o que era para fazer”, afirmou Lula.
Queda na popularidade
Em relação aos levantamentos que apontam crescimento na desaprovação do governo, Lula afirmou, também na quarta, nunca ter “levado a sério” os dados. Na semana passada, a pesquisa Datafolha apontou que 41% dos eleitores reprovam o presidente, o maior número já registrado pelo levantamento considerando os três mandatos dele como presidente. O petista tem, ainda, a pior aprovação dos três governos, com 24%.
“Eu nunca levei definitivamente a sério qualquer pesquisa feita em qualquer momento. Uma pesquisa serve para estudar, saber se tem que mudar de comportamento, mudar de ação, é isso que eu faço. A única coisa que posso dizer é que tenho mandato até 2026 e quero entregar o país que prometi durante a campanha eleitoral e vou entregar esse país talvez melhor do que prometi”, rebateu.
Inflação dos alimentos
Na quinta (20), o presidente criticou os preços dos alimentos no país e voltou a dizer que o governo federal vai baratear os produtos. No entanto, o Executivo ainda não apresentou nenhuma medida efetiva para conter a alta, que afeta principalmente o orçamento das famílias mais pobres.
No fim de janeiro, ministros de Lula chegaram a citar algumas medidas. Entre as iniciativas, estaria uma eventual redução de alíquotas de importação de produtos e diminuição do custo de intermediação da empresa com o trabalhador em relação ao cartão alimentação. As medidas, contudo, não avançaram.
“O preço vai abaixar, e eu tenho certeza que vamos fazer com que os preços voltem aos padrões do poder aquisitivo do trabalhador. Nós queremos discutir com os empresários para que eles exportem, mas que não faltem ao povo brasileiro. E vamos ter que fazer reuniões com atacadistas para discutir como vamos trazer isso para baixo”, disse Lula.
Segundo o presidente, a alta nos preços é influenciada por fatores como chuva e calor extremo, subida do dólar e commodities. “Obviamente, não se consegue controlar do dia para noite, mas pode ter certeza que nós vamos trazer o preço para baixo, e as coisas vão ficar acessíveis”, garantiu.
“Quando me disseram que está R$ 40 a caixa com 30 ovos, é um absurdo. Vamos ter que fazer reunião com atacadistas para discutir como é que a gente pode trazer isso para baixo. O fato de estar vendendo produto em dólar, que está alto, não significa que você tem que colocar no preço do brasileiro o mesmo preço que você exporta”, argumentou.
O grupo de alimentação e bebidas respondeu por um terço da alta da inflação de 2024, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os preços dos alimentos subiram 7,69%, enquanto a inflação cresceu 4,83%. O aumento da carne chegou a 20,84%, a maior alta desde 2019.
Soma-se ao contexto o excesso de chuva em algumas das regiões produtoras no início do ano, o que afeta a oferta de hortifrútis, e o aumento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis, além do reajuste do diesel. Esses fatores pressionam a inflação.
Fala polêmica
No início do mês, Lula chegou a sugerir que as pessoas deixem de comprar os alimentos que estão caros como forma de forçar a redução dos preços dos produtos. Lula argumentou, ainda, que não é porque a massa salarial e o salário mínimo cresceram que os vendedores podem encarecer os produtos
“Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai no supermercado e você desconfia que tal produto está caro, você não compra. Ora, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar”, declarou.
Para o presidente, deixar de comprar produtos caros faz parte da “sabedoria do ser humano”. O petista também afirmou que os brasileiros não podem ser “extorquidos”
R7
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