Novembro 04, 2024

Moraes libera acesso de Carlos Bolsonaro e assessora de Ramagem a inquérito sobre espionagem ilegal Featured

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes liberou nesta quarta-feira (31) o acesso do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) ao inquérito da Polícia Federal sobre espionagem ilegal com a estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Priscila Pereira, assessora do deputado federal e ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ), também terá acesso às investigações. Os procedimentos em andamento continuam sob sigilo.

O despacho atende a pedidos das defesas dos suspeitos, que foram alvos da Operação Vigilância aproximada nessa segunda-feira (29). O inquérito da PF apura o suposto uso ilegal de ferramentas da Abin para espionagem ilegal de adversários políticos da família Bolsonaro.

O celular de Carlos Bolsonaro e computadores foram apreendidos em imóveis da família. Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos:
- Rio de Janeiro (RJ) — 5 mandados;
- Angra dos Reis (RJ), onde estava a família, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — 1 mandado;
- Brasília (DF) — 1 mandado;
- Formosa (GO) — 1 mandado;
- Salvador (BA) — 1 mandado.

A PF encontrou uma troca de mensagens no celular de Ramagem entre ele e Luciana Almeida, assessora do vereador Carlos Bolsonaro, em que ela pedia "ajuda" relacionada a um inquérito policial relacionado à família Bolsonaro.

Segundo a corporação, as mensagens indicam que "o núcleo político [do esquema, do qual Carlos faria parte] possivelmente se valia de Ramagem para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas".

A operação da PF, que também mirou o militar do Exército Giancarlo Rodrigues, cedido à Abin durante o governo Bolsonaro, apura os destinatários das informações obtidas a partir do suposto esquema de monitoramento ilegal com sistemas da agência.

Um computador que pertence à Abin foi apreendido durante a operação no endereço de Rodrigues. A esposa dele, que não é alvo da operação, é servidora da Abin em Salvador.

Os investigados podem responder por pelo menos três crimes:
- invasão de dispositivo informático alheio;
- organização criminosa; e
- interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

As buscas também foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes.

R7
Portal Santo André em Foco

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