O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, procurou representantes diplomáticos de países da Ásia e da África para construir uma solução pacífica para o conflito na região de Gaza. Também foi discutido apoio para a estratégia de resgate de brasileiros na área.
À TV Globo, o Palácio do Planalto confirmou que Amorim manteve contato com autoridades do Egito, da China e da Turquia, além da Liga Árabe, que representa 22 países árabes. Os telefonemas ocorreram entre esta quinta (12) e sexta-feira (13).
Celso Amorim é ex-ministro das Relações Exteriores e principal consultor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos estrangeiros.
Segundo apurou a TV Globo, em todas as conversas, o ex-chanceler tratou da possibilidade de os países construírem uma solução conjunta e multilateral, para evitar a escalada do confronto entre Israel e forças do grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza.
Território palestino na fronteira com o Egito e Israel, Gaza tem sido alvo de bombardeios do Exército de Israel desde o fim de semana, em reação ao ataque terrorista do Hamas ao território israelense.
O conflito já deixou mais de três mil mortos entre palestinos e israelenses. Também foram confirmadas as mortes de três brasileiros.
Em diálogos com representantes da Turquia, China e da Liga Árabe, Celso Amorim apresentou como prioridade para o governo a retirada de brasileiros na área do confronto.
As conversas também trataram, de forma mais ampla, da guerra. O ex-chanceler defendeu a busca de uma ação para pacificar o conflito e abrir diálogos em busca da paz.
Na quinta (12), Amorim conversou com o conselheiro-chefe da Presidência da Turquia para política externa, Akif Kiliç. No mesmo dia, dialogou com Wang Yi, conselheiro para assuntos internacionais do presidente da China, Xi Jinping.
Na sexta (13), o conselheiro de Lula conversou com Ahmed Aboul Gheit, secretário-geral da Liga Árabe.
A TV Globo apurou que os países concordaram que é preciso evitar uma escalada do conflito e que o aspecto humanitário é “fundamental".
Também destacaram a necessidade de negociar uma solução junto ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que é presidido pelo Brasil neste mês e se reunirá nesta sexta para discutir o conflito.
Resgate de brasileiros em Gaza
Nos diálogos, Celso Amorim também discutiu a estratégia para o resgate de brasileiros e defendeu a criação de um corredor humanitário em território do Egito, para a saída de palestinos durante o conflito.
Na quinta (12), a assessora direta do presidente do Egito Faisa Aboul Naga afirmou que o governo egípcio “daria máxima atenção ao pedido brasileiro".
A sinalização é importante, já que o plano do governo é retirar brasileiros abrigados em Gaza por meio da fronteira com o Egito.
O Ministério das Relações Exteriores tem negociado a retirada de 22 brasileiros em Gaza, mas a estratégia ainda depende do aval egípcio.
A ação é capitaneada pelo Escritório de Representação do Brasil em Ramala, cidade da Cisjordânia onde fica a sede da Autoridade Palestina.
Entre os brasileiros que já solicitaram a repatriação, 13 aguardam o resgate em uma escola católica na Faixa de Gaza que está sendo utilizada como abrigo.
Na tarde de quinta, um avião cedido pela Presidência da República decolou para Roma, capital da Itália, para atuar na repatriação dos brasileiros em Gaza. A aeronave espera autorização do governo do Egito para dar início à ação.
Há preocupação em concluir com brevidade o resgate de brasileiros diante de possíveis avanços do Exército de Israel no território palestino.
Em um novo desdobramento do confronto, nesta sexta, o exército israelense deu um prazo de 24 horas para que civis deixem a Cidade de Gaza, que fica ao norte da Faixa. O prazo para evacuação se encerra às 18h desta sexta, no horário de Brasília.
France Presse
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