O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (4) que é a favor de o Mercosul discutir o cenário político da Venezuela. Segundo ele, o país liderado por Nicolás Maduro não pode ser isolado das relações internacionais.

“O que não pode é a gente isolar e a gente levar em conta que os defeitos estão em apenas um lado, os defeitos são múltiplos. Eu acho que nós temos que conversar com todas as pessoas e tentar não deixar ninguém para fora”, afirmou Lula ao assumir a presidência temporária do Mercosul.

Durante o encontro dos países-membros do bloco, os presidentes do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e do Uruguai, Luis Lacalle Pou, fizeram críticas ao regime de Nicolás Maduro. Os dois denunciaram a falta de um regime democrático no país e reclamaram da recente decisão da Controladoria-Geral da Venezuela que deixou inelegíveis diversos políticos de oposição, incluindo alguns que poderiam disputar a eleição presidencial deste ano.

Eles criticaram, sobretudo, a punição a María Corina Machado, principal candidata da oposição, que não vai poder disputar eleições no país pelos próximos 15 anos. Lula disse não conhecer os detalhes, mas reconheceu que o problema precisa ser enfrentado.

“Com relação à questão da Venezuela, todos os problemas que a gente tiver de democracia, a gente não se esconde deles, a gente enfrenta eles. Não conheço pormenores com o problema com a candidata da Venezuela, pretendo conhecer.”

A Venezuela faz parte do Mercosul, mas está suspensa desde 2017. O bloco vai manter o país afastado até que se verifique o pleno restabelecimento da ordem democrática.

Alberto Fernández
Em resposta às falas dos presidentes de Paraguai e Uruguai, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, cobrou que Benítez e Lacalle Pou estabeleçam um canal de diálogo com a Venezuela para tentar ajudar o país.

“Os problemas da Venezuela pertencem aos venezuelanos. O diálogo pertence a eles. Não compete aos países ficarem se intrometendo nas questões internas de outros países”, disse o argentino.

“A melhor forma de fazer isso é recuperando o diálogo entre os venezuelanos. Eles sofrem muito por conta das sanções recebidas e o que queremos não é continuar prejudicando o povo da Venezuela”, completou.

R7
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