A Polícia Federal intimou nesta terça-feira (30) o deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) a prestar depoimento em um inquérito da corporação que tramita em Brasília. O documento não cita o teor da investigação.
Dallagnol deve ser ouvido de forma remota na tarde da próxima sexta (2). A assessoria do parlamentar confirmou o recebimento da intimação, mas disse não saber o motivo da convocação.
A GloboNews apurou que, na pauta, estarão declarações dadas pelo deputado e ex-procurador da operação Lava Jato sobre supostas "motivações políticas" de ministros das cortes superiores para a cassação de seu mandato.
A decisão do TSE, na última semana, foi unânime. Por 7 votos a 0, a Corte entendeu que Deltan Dallagnol tentou burlar a Lei da Ficha Limpa parra concorrer nas eleições de 2022.
O deputado já foi notificado pela Câmara dos Deputados para prestar defesa e indicou que deve recorrer da decisão no próprio TSE e no Supremo Tribunal Federal.
Dallagnol nega irregularidades no ato de ter pedido demissão do Ministério Público para, meses depois, se candidatar à Câmara.
O TSE avaliou que, ao fazer isso meses antes do prazo limite, Dallagnol garantiu o arquivamento de investigações que, se concluídas, poderiam torná-lo inelegível.
Dallagnol acusa ministros
No último dia 24, Dallagnol afirmou em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo" que o relator da cassação do seu mandato no TSE, ministro Benedito Gonçalves, teria articulado o resultado em troca de uma possível vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
"O ponto de partida são as duas vagas que estão abertas para serem preenchidas no STF [Supremo Tribunal Federal], ambicionadas por ministros que estavam lá [no TSE], seja para ocupá-las, seja para indicar quem as ocupasse", afirmou Deltan, segundo a Folha.
A declaração levou a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) a emitir uma nota de repúdio à conduta do deputado cassado. A entidade classificou a afirmação com um "ataque pessoal" ao magistrado e disse que a conduta é "inadmissível.
Dallagnol voltou a fazer acusações contra os ministros do TSE em entrevistas nos dias seguintes, e estendeu críticas ainda a ministros que não compõem a Corte Eleitoral, como o ministro do STF Gilmar Mendes.
g1
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