O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (30) em reunião com líderes de países da América do Sul que é a favor da reativação da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), um bloco de integração regional que tem como objetivo fortalecer as relações entre os países do continente.
O grupo foi criado em 2008, no segundo governo do atual presidente. Em 2010, o bloco chegou a contar com todos os 12 países do continente, mas foi desidratado ao longo da última década após a saída de partidos de esquerda do comando de diversas nações na região.
O Brasil deixou de integrar a Unasul durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas neste ano Lula autorizou o reingresso do país ao grupo.
Segundo o presidente, "a Unasul é um patrimônio coletivo” e “é importante retomar seu processo de construção". Lula destacou que, "enquanto estiverem desunidos, não farão da América do Sul um continente desenvolvido em todo o seu potencial".
"Lembremos que ela está em vigor. Sete países ainda são membros plenos. A América do Sul tem diante de si, mais uma vez, a oportunidade de trilhar o caminho da união. E não é preciso recomeçar do zero", afirmou Lula.
De acordo com ele, "uma América do Sul forte, confiante e politicamente organizada amplia as possibilidades de afirmar, no plano internacional, uma verdadeira identidade latino-americana e caribenha".
"Tenho a firme convicção de que precisamos reavivar nosso compromisso com a integração sul-americana. Os elementos que nos unem estão acima de divergências de ordem ideológica", frisou.
Lula se reuniu nesta manhã com autoridades de 11 países sul-americanos. Participam do encontro os presidentes Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Nicolás Maduro (Venezuela).
Na lista de participantes, a exceção é o Peru. A atual presidente, Dina Boluarte, não pôde deixar o país por causa de impedimentos legais internos — a nação vive uma crise política desde a destituição do ex-presidente Pedro Castillo. Em seu lugar, veio o presidente do Conselho de Ministros, Alberto Otárola.
Moeda única
Lula sugeriu aos pares a criação de uma moeda única para ser usada nas operações comerciais entre as nações do continente. O presidente brasileiro apresentou outras nove ideias e propôs aos líderes que eles criem um colegiado para deliberar sobre as sugestões e apresentar um parecer final em quatro meses, com “um mapa do caminho para a integração da América do Sul”, segundo Lula.
“A integração deve ser objetivo permanente de todos nós. Precisamos deixar raízes fortes para as próximas gerações. Permitir que as divergências se imponham teria um custo elevado, além de desperdiçar o muito que já construímos conjuntamente”, disse.
“Nenhum país poderá enfrentar isoladamente as ameaças sistêmicas da atualidade. É apenas atuando unidos que conseguiremos superá-las. Nossa região possui trunfos sólidos para fazer face a esse mundo em transição“, completou o presidente brasileiro.
R7
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