Outubro 09, 2024

Não adianta ficar dizendo quem está certo ou errado, guerra tem que parar, diz Lula na Espanha Featured

Em discurso após encontro com o presidente espanhol, Pedro Sánchez, na manhã desta quarta-feira (26), em Madri, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a continuidade da guerra na Ucrânia e defendeu uma maior participação dos países no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). "Não adianta ficar dizendo quem está certo ou errado, o que precisa é fazer a guerra parar", declarou.

Sobre economia, o presidente reafirmou que não vai privatizar empresas estatais e falou sobre a "nova onda de investimentos". Segundo ele, o país pode até se endividar para ter investimentos. O presidente também defendeu a adoção de moedas comuns com parceiros comerciais, "com a Europa fez com o euro".

Lula também criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo isolamento do Brasil no cenário internacional e pela condução do país na pandemia. Segundo ele, Bolsonaro "será julgado em um tribunal internacional pela responsabilidade "por ao menos metade" das 700 mil pessoas que morreram durante a pandemia de Covid-19.

Veja abaixo os principais trechos da fala de Lula.

• Cenário político e laços com a Espanha

No discurso, Lula afirmou que o Brasil está "de volta" ao cenário político internacional e reforçou a importância de "estreitar os laços" com o país europeu, que é o segundo principal investidor estrangeiro no Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos.

"A relação política é feita presencialmente e pessoalmente. O Brasil tem dívida de gratidão com a Espanha. A gente vai recuperar o que tinha construído, vai voltar a investir muito na educação, no ensino fundamental, nas universidades, pesquisa, cuidar da questão do clima com responsabilidade", afirmou.

• Guerra na Ucrânia

Lula voltou a condenar a violação da integridade territorial da Ucrânia e disse que "não pode haver dúvida" de que o Brasil condena a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas que é mais importante parar a guerra.

"O erro aconteceu, a guerra começou. Agora, não adianta ficar dizendo quem está certo ou errado, o que precisa é fazer a guerra parar. Você só vai discutir um acerto de contas quando pararem de dar tiros", afirmou.

• Críticas a Bolsonaro

Em mais um ataque ao ex-presidente, Lula afirmou que Bolsonaro foi responsável por ao menos metade das 700 mil pessoas que morreram em decorrência da pandemia de Covid-19 no Brasil e que um dia ele será julgado em um tribunal internacional em função do gerenciamento durante a crise sanitária.

No discurso, Lula lembrou que Bolsonaro defendeu o uso da cloroquina — medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid — e acusou o antecessor de atrasar a compra de vacinas contra a doença.

• Maior participação no Conselho de Segurança da ONU

Durante a fala, Lula defendeu uma ampliação no número de assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU. Ele lembrou ainda que os membros do conselho são os "maiores produtores e vendedores de armas do mundo e os maiores participantes de guerra".

"Por que a Espanha, o Brasil, o Japão, a Alemanha, a Índia, a Nigéria, o Egito, a África do Sul não estão? Quem é que determina? Os vencedores da Segunda Guerra Mundial. Isso já faz muitos anos, a geografia do mundo mudou, a geopolítica mudou, a economia. Precisamos construir um novo mecanismo internacional que possa fazer coisas diferentes", disse.

• "G20 da paz"

O presidente também voltou a falar sobre a criação de um órgão internacional similar ao G20 para construir soluções para a guerra na Ucrânia e adotar instrumentos em defesa da paz.

"Quando os EUA invadiram o Iraque, não houve discussão no Conselho de Segurança. Quando França e Inglaterra invadiram a Líbia, não houve. E agora, a Rússia, que é membro fixo do Conselho, também não discutiu. Se os membros que têm responsabilidade de dirigir a paz mundial não pedem licença, por que os outros têm que obedecer? Está na hora de criar um 'G20 da paz'", disse.

• Privatizações

Lula também voltou a dizer que não não vai privatizar nenhuma empresa pública. "Não vamos vender patrimônio público para pagar dívida. O que queremos é construir parceria com empresários de outros países para fazer coisas novas. E se precisar fazer dívida para fazer um ativo novo, não tem problema. O que não pode é fazer dívida para pagar dívida", afirmou.

R7
Portal Santo André em Foco

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