Setembro 30, 2024

Indio da Costa é preso pela PF em operação que apura fraude de R$ 13 milhões nos Correios

O ex-deputado federal Indio da Costa foi preso na manhã desta sexta-feira pela Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro. Relator da Lei da Ficha Limpa e candidato à vice-presidente em 2010, na chapa derrotada de José Serra (PSDB), Indio foi alvo da Operação Post Off, deflagrada para apurar fraudes de R$ 13 milhões nos Correios. A informação foi antecipada pelo blog do jornalista Lauro Jardim.

Foram expedidos nove mandados de prisão, cumpridos no Rio de Janeiro (onde ele foi preso), em São Paulo (nas cidades de Tamboré, Cotia, Bauru e São Caetano) e Minas Gerais (na capital, Belo Horizonte). O processo corre em sigilo na 7ª Vara da Justiça Federal em Florianópolis, em Santa Catarina. O nome dos outros presos ainda não foi divulgado. A PF informou apenas que foram detidos agentes dos Correios, empresários e funcionários de empresas que eram utilizadas como “laranjas” pela organização criminosa,

O Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça Federal em Santa Catarina ainda não informaram quais são as suspeitas sobre a atuação de Indio da Costa. O advogado de Indio, Afonso Destri, afirmou que não vai comentar a prisão, porque ainda não teve acesso à fundamentação da prisão.

O objetivo da operação foi desarticular a organização criminosa que praticava fraudes junto à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT). Os dados preliminares obtidos pelos agentes indicam um prejuízo de R$ 13 milhões, apenas no que se refere às postagens ilícitas já identificadas, sem contar o desvio de dinheiro diário que estava sendo causado pelo grupo investigado.

Uma das principais modalidades de fraude acontecia mediante identificação de grandes clientes dos Correios, que eram procurados por integrantes do grupo com a oferta de que rompessem seus contratos com os Correios e passassem a ter suas encomendas postadas por meio de contratos mantidos entre as empresas do grupo criminoso e a própria EBCT.

De acordo com o Ministério Público Federal, o grupo pagava propina a funcionários dos Correios para facilitar o transporte de grandes volumes de cartas comerciais sem o devido faturamento, gerando evasão de receita e prejuízos aos cofres da estatal.

A investigação começou em novembro de 2018, após empresários ligados ao esquema tentarem iniciar a atuação do grupo em Santa Catarina. Pelo menos 10 empresas possuíam contratos com os Correios e participavam do esquema criminoso.

De acordo com o delegado Cristian Luz Barth, responsável pela investigação em Santa Catarina, o esquema era tão intrincado que até mesmo cargos nos Correios tinham um preço.

- Havia cargos que custavam de R$ 200 a R$ 250 mil - explicou.

O delegado, porém, não explicou quais cargos seriam e como eles agiam.

Fora da política
Antes de ser preso, em maio, Indio havia anunciado que estava deixando a política. À coluna da jornalista Berenice Seara, no jornal Extra, ele reclamou da polarização política no Brasil e disse que considerou o pedido da própria família para que se afastasse. Em 2016 e 2018, Indio concorreu à prefeitura e ao governo do Rio pelo PSD, mas acabou derrotado. Em março, deixou o partido.

"O Brasil hoje está muito na base da extrema direita ou da extrema esquerda. O caminho do centro, do bom senso, está se perdendo. Também pesou o pedido da minha família", afirmou o ex-deputado ao anunciar o afastamento.

Indio foi secretário de Infraestrutura do Rio, já na gestão de Marcelo Crivella. Também comandou pastas nas gestões dos ex-prefeitos Cesar Maia (Administração) e Eduardo Paes (Esportes), bem como na do ex-governador Sérgio Cabral (Ambiente).

Do período em que passou na Câmara dos Deputados (entre 2007 e 2011 e depois de 2015 a janeiro de 2019), elegeu como principal feito a relatoria favorável à aprovação da Lei da Ficha Limpa, que barra candidaturas de pessoas condenadas em segunda instância.

O Globo
Portal Santo André em Foco

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