Empossado como novo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) nesta quarta-feira (14), o ministro Bruno Dantas criticou quem "prega a violência e destrói o patrimônio público e privado" durante seu discurso.
Sem citar diretamente os atos de vandalismo da noite de segunda-feira (12), quando manifestantes depredaram a sede da Polícia Federal e queimaram carros e ônibus na área central de Brasília, Dantas disse que "não é patriota quem prega violência, quem destrói o patrimônio público ou privado, quem agride ou fere terceiros por diferenças ideológicas, quem se arma para derramar o sangue dos seus patrícios".
“Patriota é aquele que ama o seu país, patriota é quem busca fortalecer as instituições democráticas. Patriota é a parcela da sociedade brasileira que participou ativa e pacificamente para a recuperação da cidadania, vendo triunfar a democracia contra o arbítrio na promulgação da Constituição de 1988”, completou.
Mais cedo, antes da cerimônia de posse, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), disse que houve avanços na identificação dos envolvidos no protesto. Segundo ele, os atos violentos não vão impactar a programação da posse Lula, em 1º de janeiro de 2023.
Em outro momento do discurso, Dantas comentou sobre a situação social do país e o combate à fome e à pobreza, enfatizando que essas serão as prioridades de sua gestão.
"Conclamo esta Casa a declarar como prioridade na agenda de prioridades, o exercício de nossas competências institucionais para acompanhar e alavancar as políticas públicas destinadas à redução de desigualdades sociais e econômicas", disse.
Presenças ilustres
A cerimônia de posse de Dantas teve a participação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT); do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB); do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); além da presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.
Também compareceram os ministros do STF Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, e o atual ministro da Economia Paulo Guedes. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central; e Carlos França, ministro das Relações Exteriores, estavam na cerimônia. O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi convidado, mas não compareceu ao evento.
Dantas quebrou o protocolo ao colocar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na mesa de autoridades da cerimônia de posse. "Esse homem encarna o vigor das instituições brasileiras na defesa da democracia", disse.
Na mesma cerimônia, o ministro Vital do Rêgo foi empossado como vice-presidente e corregedor do TCU. Os ministros ficam no cargo por um ano, com a possibilidade de recondução por mais um. Eles assumem as cadeiras em 1º de janeiro.
Perfil
Aos 44 anos, Dantas é um dos ministros mais jovens a ocupar uma cadeira no TCU. Natural de Salvador (BA), chegou em Brasília aos 19 anos. Foi na capital federal que concluiu a graduação em Direito e iniciou sua carreira na área pública como servidor concursado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e foi consultor legislativo do Senado por 11 anos.
Desde 2014, integra o quadro de ministros do TCU e atuou em assuntos como as recentes auditorias no processo eleitoral brasileiro. A atuação do ministro foi fundamental para tranquilizar os eleitores e frear a disseminação de fake news sobre o pleito e as urnas eletrônicas.
R7
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