Setembro 27, 2024

Bolsonaro diz que, se reeleito, vai manter relações com governos de esquerda da América do Sul Featured

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (19) em um compromisso de campanha eleitoral que, se reeleito, quer manter relações diplomáticas abertas com os países da América do Sul – incluindo aqueles governados por políticos de esquerda.

Bolsonaro deu entrevista à rádio "98 Live" em Belo Horizonte, como parte da campanha à reeleição. O presidente foi questionado sobre uma "ascensão da esquerda na América Latina como um todo" e sobre o diálogo com esses governos em um eventual segundo mandato.

"Não fechamos as portas para nada, em país nenhum aqui da América do Sul. Logicamente, quando eu falo para você aqui, estou dando recado para a população, para onde aqueles países estão indo pelas escolhas que fizeram. Todo mundo tem liberdade de fazer suas escolhas agora, por ocasião das eleições", disse.

Ao longo do primeiro mandato, Bolsonaro fez reiteradas críticas aos presidentes de esquerda do continente – em especial, a Nicolás Maduro (Venezuela) e Alberto Fernández (Argentina). Nos últimos meses, também reservou artilharia para o recém-empossado presidente do Chile, Gabriel Boric.

Pandemia e desinformação
Bolsonaro também criticou a forma como a pandemia de Covid-19 foi combatida no Brasil e em outros países da América do Sul. Para o presidente, a política de isolamento para diminuir a proliferação do novo coronavírus foi equivocada.

"Eu podia ficar muito bem dentro do Palácio da Alvorada, de três andares, tem tudo lá dentro que você possa imaginar. Mas eu tinha que estar no meio do povo e fui, estive na periferia de Brasília. Ceilândia, Taguatinga, cidade-satélite e em locais mais humildes, e estive com a população. Várias vezes que estive, quando entrava na casa das pessoas... Sem máscara, deixar bem claro. Porque a máscara é outra história, outro tabu que vai cair brevemente aí", afirmou o presidente.

​O uso de máscara, em especial a do tipo PFF2 com elástico na cabeça, protege contra a infecção pelo coronavírus. O item deve ser usado bem vedada ao rosto para impedir que o vírus entre em contato com mucosas como a boca e o nariz.

Além de destacar que não usou máscara, o presidente também voltou a defender o tratamento precoce com medicamentos comprovadamente ineficazes para tratar a Covid-19. Bolsonaro também afirmou que não errou "nenhuma opinião" durante a emergência sanitária causada pela doença.

Auxílio Brasil e Enem
Durante a entrevista, o presidente voltou a afirmar que o Auxílio Brasil, antigo Bolsa Família, terá o valor mínimo de R$ 600 mensais mantido para 2023. Apesar de Bolsonaro não citar, a medida depende de uma reeleição do presidente. Questionado sobre a possibilidade de dobrar o valor da parcela, o presidente disse que isso não é possível.

Perguntado sobre educação, Bolsonaro também criticou o que chamou de "legado do PT" na área. Como os resultados do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), a adoção do modelo pedagógico elaborado pelo pesquisador Paulo Freire, mas não citou realizações do primeiro mandato na educação.

O presidente disse que as primeiras questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) elaboradas em seu governo serão utilizadas apenas na edição do próximo ano da avaliação.

"A questão ideológica não é mais ou menos não, é muito forte ainda. Se você pegar provas do Enem e ver, por exemplo, qual o tema da redação, você cai para trás. Há dois, três anos vimos lá a linguagem neutra dos gays. Com todo respeito, não tenho nada contra gay, cada um faz o que quiser da tua vida, nenhum gay foi perseguido no meu governo, não temos nada contra eles. Agora, não é um assunto para a pauta", disse.

"E para mudar isso daí? As primeiras questões do Enem do nosso governo é agora no próximo Enem. Até ano passado, eram questões do banco de governos anteriores", prosseguiu.

Bolsonaro criticou ainda as listas tríplices enviadas a ele para a escolha dos reitores das instituições federais de ensino superior. Segundo o presidente, os nomes que chegam para sua escolha são quase sempre de pessoas ligadas a causas ideológicas ou a partidos políticos. Bolsonaro não mostrou documentos que confirmem as informações.

g1
Portal Santo André em Foco

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