A Polícia Federal afirma que o presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu crime ao associar as vacinas contra a Covid-19 ao desenvolvimento da Aids. As declarações do chefe do Executivo federal foram feitas durante uma transmissão ao vivo pelas redes sociais e não têm base científica.
De acordo com a corporação, o presidente disseminou informações falsas, alegando se basear em relatórios do Reino Unido. Na transmissão, sem apresentar provas, Bolsonaro afirmou que as pessoas vacinadas contra o coronavírus estavam "desenvolvendo Aids muito mais rápido do que previsto".
As investigações mostram que o texto lido pelo presidente foi elaborado pelo ajudante de ordens Mauro Cid. "Jair Messias Bolsonaro, por sua vez, de forma direta, voluntária e consciente, disseminou as desinformações produzidas por Mauro Cid, em sua live semanal no dia 21 de outubro de 2021, causando verdadeiro potencial de provocar alarme junto aos espectadores, ao propagar a desinformação de que os 'totalmente vacinados contra a Covid-19' estariam 'desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida muito mais rápido que o previsto', e que essa informação teria sido extraída de 'relatórios do governo do Reino Unido'."
Segundo a investigação, Cid colheu as informações na internet, em reportagens e artigos, mas deturpou o conteúdo que leu e a partir daí produziu textos com informações falsas. As pesquisas, testes e a aplicação dos imunizantes contra a Covid-19 revelam que as vacinas são seguras e produzem a resposta imunológica necessária, gerando proteção contra o vírus e salvando vidas.
O Brasil já vacinou mais de 150 milhões de pessoas sem registrar efeitos colaterais graves ou danos à população, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Relatório da Fundação Oswaldo Cruz publicado nesta quarta-feira (17) mostra que o país enfrenta a menor taxa de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) desde o começo da pandemia.
Não existe relação das vacinas contra a Covid com o desenvolvimento da Aids. No relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo, a Polícia Federal pede a prorrogação das investigações.
R7
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