A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), atendeu a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e abriu inquérito para investigar o ministro da Educação, Milton Ribeiro, e pastores acusados de tráfico de influência para direcionar recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
A magistrada foi escolhida relatora do caso por prevenção, pois já estava responsável por petições apresentadas por parlamentares sobre Ribeiro. Ao enviar o caso ao Supremo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou que os acusados sejam ouvidos pela Polícia Federal.
De acordo com a acusação, os pastores Gilmar e Arilton atuavam junto ao ministro para direcionar a verba para municípios específicos. A suspeita é que os religiosos cobravam propina de prefeitos para atender aos pedidos. Ribeiro nega as acusações e diz que as decisões na pasta foram tomadas levando em consideração critérios técnicos.
Em um áudio vazado, o ministro afirma que atende com prioridade os municípios indicados pelos pastores. Ele afirma que o privilégio atende a um pedido do presidente Jair Bolsonaro. Em nota, o ministro negou as acusações e disse que os recursos eram alocados de acordo com critérios técnicos.
Cármen Lúcia autorizou que Milton Ribeiro e os religiosos sejam ouvidos pela Polícia Federal. Além disso, a magistrada determinou que o Ministério da Educação e a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentem, "no prazo máximo e improrrogável de quinze dias", o "cronograma de liberação das verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e os critérios adotados".
R7
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