No dia em que se filia ao Republicanos, o vice-presidente Hamilton Mourão declarou, nesta quarta-feira (16), que pretende conciliar a atuação no governo com a campanha nas eleições deste ano. Mourão é pré-candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul.
“O que acontece é que eu continuo vice-presidente, né? Então a campanha será realizada buscando, vamos dizer assim, conciliar a função de vice-presidente com a necessidade de estar presente no estado, além do quê, obviamente, existem todos os cuidados que tem que ser tomados em relação à lei eleitoral para não atravessar nenhuma linha vermelha”, disse.
Mourão disse que a campanha será de alto nível e que será preparada em cima de temas importantes para o estado. "O Rio Grande do Sul é um estado que tem algumas deficiências que precisam ser sanadas, na questão da infraestrutura, o próprio problema do peso do estado, a questão das finanças estaduais, a questão da seca, que já é uma coisa endêmica no Rio Grande do Sul, o problema da metade sul do estado, que é um tanto quanto empobrecida, relações com países vizinhos, que são importantes. Então os temas que nós vamos buscar são esses aí."
O vice-presidente se filia ao Republicanos em cerimônia que acontece nesta quarta-feira na sede nacional do Republicanos, em Brasília. O evento será restrito a convidados e à imprensa, em razão de medidas de prevenção contra a Covid-19.
Ele chega à nova leganda vindo do PRTB, partido pelo qual compôs a chapa com Bolsonaro na eleição de 2018. O general da reserva vinha articulando para se filiar ao Republicanos desde janeiro deste ano. No mês passado ele se encontrou com o dirigente estadual da legenda no Rio Grande do Sul, deputado federal Carlos Gomes.
Possível mudança no Ministério da Defesa
Hamilton Mourão disse não estar informado sobre quem seria escolhido ministro da Defesa em caso de o general Walter Braga Neto ser indicado como candidato a vice na chapa com Bolsonaro. O nome do militar é o mais cotado para a chapa após o anúncio de que Mourão não concorreria à reeleição.
“Eu não estou a par desse assunto, estou só acompanhando aquilo que vem sendo publicado e, óbvio, outras coisas que correm aí pelas redes sociais. Uma vez que vá ser efetivada a candidatura a vice-presidente do ministro Braga Neto, acredito que o presidente está articulando esse Ministério da Defesa. Vamos aguardar, né? Pode ser o comandante do Exército, pode não ser”, disse.
Caso Braga Neto deixe o ministério, o nome mais cogitado para assumir o comando da pasta é o do general Paulo Sérgio Oliveira. O fato de mais uma vez o ministro da Defesa ser do Exército, e não da Aeronáutica ou da Marinha, não significa conflito dentro das Forças Armadas, segundo o vice-presidente. “Isso é uma questão de campanha do nosso governo, que sempre colocou que o Ministério da Defesa deveria ter como titular um elemento das Forças Armadas. É óbvio que tem havido uma preponderância do Exército, mas dentro lá do ministério há um equilíbrio das três forças.”
Governo do Rio Grande do Sul
Mourão também falou sobre a eleição para o governo do Rio Grande do Sul. Caso o partido apoie a reeleição de Bolsonaro à Presidência da República, a tendência é de que a legenda abrace também a candidatura do nome indicado por ele na corrida ao Palácio do Piratini.
O ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni (DEM), e o senador Luis Carlos Heinze (PP) são os dois nomes de preferência do chefe do Executivo na disputa ao cargo. "Há ainda uma disputa ali entre o Onyx e o senador Heinze, então vamos aguardar mais um tempinho para que eles definam realmente a situação”, afirmou.
Nesta quarta, o vice-presidente falou que ainda acontecem negociações para que quadros que apoiam Bolsonaro se associem a partidos que já manifestaram apoio à reeleição do presidente. “Alguns já se filiaram aí ao PL, outros pode ser que venham para o Republicanos”, disse.
R7
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