Setembro 29, 2024

Pacheco cria comissão de juristas para atualizar lei do impeachment; Lewandowski será o presidente Featured

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criou nesta sexta-feira (11) uma comissão de juristas que elaborará um anteprojeto de "atualização" da lei do impeachment, que é de 1950.

A lei do impeachment define quais são os crimes de responsabilidade e regula o processo de julgamento da autoridade que incorrer nessas práticas. O colegiado será composto por 11 integrantes e será presidido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.

O magistrado presidiu, em 2016, a sessão de julgamento do Senado que determinou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, do PT.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Antonio Anastasia também fará parte do grupo. Ele era senador em 2016 e atuou como relator do impeachment de Dilma no Senado.

Em artigo publicado no jornal "Folha de S.Paulo", em outubro de 2021, Ricardo Lewandowski classificou a lei atual de impeachment de "antiga", "cujas brechas e imprecisões acabam tornando o chefe de Estado presa fácil da volatilidade dos humores congressuais".

De acordo com ato publicado no "Diário do Senado Federal", serão integrantes da comissão:

  • Ricardo Lewandowski, ministro do STF e presidente do colegiado;
  • Fabiane Pereira de Oliveira, assessora do gabinete de Lewandowski e relatora do grupo;
  • Rogério Schietti Machado Cruz, ministro do STJ;
  • Antonio Anastasia, ministro do TCU e relator do impeachment de Dilma Rousseff;
  • Heleno Taveira Torres, professor da Faculdade de Direito da USP;
  • Marcus Vinicius Furtado Coêlho, advogado e ex-presidente da OAB Nacional;
  • Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, conselheiro do Conselho Nacional de Justiça e secretário-geral da Mesa do Senado durante o impeachment de Dilma;
  • Fabiano Augusto Martins Silveira, consultor legislativo do Senado e ex-ministro de Transparência, Fiscalização e Controle;
  • Maurício de Oliveira Campos Júnior, advogado;
  • Carlos Eduardo Frazão do Amaral, advogado e ex-secretário-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE);
  • Gregório Assagra de Almeida, promotor do Ministério Público de MG e doutor em direito pela PUC-SP.

Depois de instalada, a comissão terá 180 dias para concluir os trabalhos. Ao fim do prazo, o grupo deverá apresentar um "anteprojeto de lei", que se torna um projeto formal se for protocolado por um senador.

A partir daí, o texto tramita como um projeto normal e terá de ser aprovado pelo Senado e pela Câmara. Se isso acontecer, a proposta segue para sanção do presidente da República.

A participação dos juristas no colegiado não será remunerada. Já as despesas logísticas para o funcionamento da comissão serão custeadas pelo Senado, incluindo transporte, hospedagem, publicações e outros gastos necessários para as atividades. Consultores legislativos do Senado darão apoio técnico aos trabalhos.

Lei 'defasada' e fonte de 'instabilidade'
No ato que criou a comissão de juristas, Rodrigo Pacheco afirmou que a legislação em vigor sobre o processo de impeachment "apresenta-se defasada".

O presidente do Senado diz ainda que problemas na lei são "fonte de instabilidade institucional".

"Já foram apontados [problemas] em diversas ocasiões pela doutrina e jurisprudência como fonte de instabilidade institucional, demandando assim sua completa revisão", afirma o senador no documento.

g1
Portal Santo André em Foco

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