O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criou nesta sexta-feira (11) uma comissão de juristas que elaborará um anteprojeto de "atualização" da lei do impeachment, que é de 1950.
A lei do impeachment define quais são os crimes de responsabilidade e regula o processo de julgamento da autoridade que incorrer nessas práticas. O colegiado será composto por 11 integrantes e será presidido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.
O magistrado presidiu, em 2016, a sessão de julgamento do Senado que determinou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, do PT.
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Antonio Anastasia também fará parte do grupo. Ele era senador em 2016 e atuou como relator do impeachment de Dilma no Senado.
Em artigo publicado no jornal "Folha de S.Paulo", em outubro de 2021, Ricardo Lewandowski classificou a lei atual de impeachment de "antiga", "cujas brechas e imprecisões acabam tornando o chefe de Estado presa fácil da volatilidade dos humores congressuais".
De acordo com ato publicado no "Diário do Senado Federal", serão integrantes da comissão:
Depois de instalada, a comissão terá 180 dias para concluir os trabalhos. Ao fim do prazo, o grupo deverá apresentar um "anteprojeto de lei", que se torna um projeto formal se for protocolado por um senador.
A partir daí, o texto tramita como um projeto normal e terá de ser aprovado pelo Senado e pela Câmara. Se isso acontecer, a proposta segue para sanção do presidente da República.
A participação dos juristas no colegiado não será remunerada. Já as despesas logísticas para o funcionamento da comissão serão custeadas pelo Senado, incluindo transporte, hospedagem, publicações e outros gastos necessários para as atividades. Consultores legislativos do Senado darão apoio técnico aos trabalhos.
Lei 'defasada' e fonte de 'instabilidade'
No ato que criou a comissão de juristas, Rodrigo Pacheco afirmou que a legislação em vigor sobre o processo de impeachment "apresenta-se defasada".
O presidente do Senado diz ainda que problemas na lei são "fonte de instabilidade institucional".
"Já foram apontados [problemas] em diversas ocasiões pela doutrina e jurisprudência como fonte de instabilidade institucional, demandando assim sua completa revisão", afirma o senador no documento.
g1
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